Os EUA afirmaram, na terça-feira, que, pelo segundo ano consecutivo, não querem um lugar no Conselho de Direitos Humanos da ONU. Funcionários americanos têm dito que a reconfiguração daquela agência tem sido um enorme desapontamento.
As autoridades americanas tinham inicialmente esperança de que o Conselho dos Direitos Humanos constituiria uma melhoria comparativamente à muito criticada Comissão dos Direitos Humanos da ONU.
Mas, Washington acabou por se opôr ao Conselho, quando este foi constituído, há um ano atrás, porque, à semelhança da sua predecessora, não excluiu os países considerados violadores crónicos dos Direitos Humanos.
Durante uma conferência de imprensa, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean McCormack, disse que os EUA decidiram, mais uma vez, não se candidatarem aquele conselho que integra 47 nações.
Disse McCormack disse que os EUA tencionam continuar a ser defensores irredutíveis dos Direitos Humanos, mas fazendo-o independentemente do Conselho. Disse o porta-voz do Departamento de Estado: “O Conselho dos Direitos Humanos, até agora, não provou ter credibilidade para desempenhar a missão de que está encarregado. Tem centrado a sua atenção, por exemplo, em questões relacionadas com Israel evitando examinar questões que realmente preocupam o sistema internacional, seja Cuba, a Birmânia ou a Coreia do Norte”.
McCormack adiantou que os EUA irão manter o estatuto de observador no Conselho, com a esperança de que, com o passar do tempo, este alargue a sua atenção se torne numa instituição credível.
Grupos de defesa dos Direitos Humanos afirmam que a China, Cuba, o Paquistão, a Arábia Saudita e o Azerbeijão se contam entre os países eleitos para o Conselho no ano passado que não merecem pertencer divido aos abusos que cometem contra os Direitos Humanos.
Quando, no ano passado, desistiu de aderir ao Conselho, alguns analistas políticos estavam em crer que Washington poderia ter visto recusada a sua candidatura devido às críticas que lhe foram feitas relacionadas com a guerra contra o terrorismo e a existência do centro de detenção na Baía de Guantanamo, em Cuba.
O anúncio de que os EUA não irão candidatar-se, uma vez mais, surge no mesmo dia em que o relatório anual do Departamento de Estado sobre a violação dos Direitos Humanos em todo o mundo foi