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Os Indicadores Não São Favoráveis


O chefe da missão de paz da ONU para a Costa do Marfim apresentou um cenário muito negativo sobre o futuro daquela nação africana.

Pierre Schori, cujo mandato expira ainda este mês sublinhou que muitos indicadores não são favoráveis aos marfinenses.

‘Em primeiro lugar no domínio do índice de desenvolvimento humano, a Costa do Marfim baixou para a posição 163 num total de 177 países, o que constitui um escândalo considerando os recursos nacionais. O índice de pobreza atinge quase os 45 por cento, enquanto estava nos 30 por cento antes da crise.’

Schori considera que sem reunificação do norte controlado pelos rebeldes, e o sul controlado pelo governo a situação irá piorar.

‘Trata-se de um drama humanitário, social e económico, que a continuar não apenas vai tornar os marfinenses ainda mais miseráveis, como terá enormes repercussões nos países vizinhos.’

Segundo ele será necessário recriar confiança entre as partes para poder aplicar sucessivos acordos de paz fracassados.

Uma delegação dos rebeldes e conselheiros presidenciais encontra-se no Burkina Faso para tentar estabelecer um dialogo directo entre o presidente Laurent Gbagbo e o dirigente rebelde Guillaume Soro.

Inquirido sobre noticias de que teria perdido a confiança de Gbagbo durante os dois anos de missão na Costa do Marfim, Schori afirmou:

‘A confiança não pode ser avaliada até que se vejam acções. As pessoas afirmam em publico uma coisa, e por vezes agem de forma diferente.’

Relativamente a um eventual conselho a deixar ao possível sucessor, Pierre Schori acrescentou:

‘Nada em especial, já que escrevi um relatório de situação, que contem as sugestões que tenho. Trata-se essencialmente de uma declaração de factos e dos problemas existentes, quais os obstáculos, e como se poderá avançar.’

Entre estes se incluem o desarmamento dos rebeldes e das milícias, a entrega de documentos aos muitos indocumentados do norte, e a organização de eleições que já foram adiadas por duas vezes.

Entretanto, um diplomata francês que trabalhava para a União Europeia foi morto a tiro, na sua residência no centro de Abidjan. Fontes diplomáticas indicaram parecer que a sua arma pessoal terá sido usada e que não terá existido entrada forcada na residência, mas sublinharam não acreditar tratar-se de um suicídio.

A segurança da residência afirma não ter ouvido ou visto nada.

Desde o inicio da revolta na Costa do Marfim, nos finais de 2002, tem se registado mortes não explicadas de estrangeiros e de simpatizantes dos rebeldes, na área controlada pelo governo.

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