O périplo que o presidente Hu Jintao vai efectuar por África a partir de 30 de Janeiro próximo destina-se a incentivar o comercio bilateral e continuar a construir laços com lideres africanos.
Será a sua terceira digressão pelo continente desde 2004 e é parte de uma campanha para fortalecer os laços comerciais e diplomáticos com países africanos.
Mas críticos receiam de que as aquisições por Pequim de petróleo africano, minerais e outros recursos beneficiem principalmente a elite governante africana.
Pequim argumenta que as companhias chinesas têm melhorado a vida dos africanos através da construção de estradas, pontes, escolas e hospitais.
O vice-ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Zhai Jun, disse a jornalistas haver outros países no mundo que vão também buscar recursos a África. Acrescentou que se os lideres africanos estivessem aborrecidos com a exploração da China não teriam participado na cimeira China - África que se realizou em Novembro em Pequim.
“Se fosse outro pais, teriam participado tantos lideres africanos ? Porque é que tantos lideres africanos vieram a China ? Se estivéssemos a roubar recursos de África, teriam eles vindo ?
Lideres de 48 países africanos participaram na cimeira. No encontro a China prometeu duplicar a sua ajuda a África até 2009.
Mas organizações de direitos humanos dizem que Pequim ignora as perseguições políticas e violações de direitos humanos em alguns países africanos.
Por exemplo, afirmam que a venda de armas pela China ao Sudão está a alimentar o conflito em Darfur, onde grupos rebeldes têm lutado contra milícias alegadamente apoiadas pelo governo sudanes.
Zhai disse que as vendas são legais e seguem a pratica de Pequim do comprador concordar em não transferir as armas a partes terceiras.
“Com o Sudão, cooperarmos em muitos aspectos, incluindo o militar. Sobre isto nada temos a esconder”.
Durante a sua visita, o presidente Hu vai encontrar-se com o presidente sudanes Omar al-Bashir para discutir a situação em Darfur.
Os Estados Unidos querem que a China use a sua influencia com o Sudão para fazer com que Cartum aceite totalmente uma força de paz híbrida da União Africana e da ONU.
A digressão de Hu Jintao a África, que termina a 10 de Fevereiro, inclui paragens nos Camarões, Libéria, Zâmbia, Namíbia, África do Sul, Moçambique e Ilhas Seychelles.