O governo chinês afirmou que os Estados Unidos não devem interferir nas relações da China com o Irão. A declaração teve lugar depois de Washington ter manifestado preocupação sobre os planos de uma companhia petrolífera chinesa de investir numa exploração de petróleo iraniana, numa altura em que Teerão esta se opor aos Estados Unidos a propósito do seu programa nuclear.
O porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Liu Jianchao, afirmou que a China tem todo o direito de negociar com o Irão e os Estados Unidos não tem o direito de comentar sobre os acordos comerciais dos dois países.
“Achamos que este tipo de cooperação e relacionamento é legitimo. Relações normais, cooperação normal, não devem ser interferidas”.
Washington vê o planeado investimento de uma companhia petrolífera estatal chinesa como o envio de um sinal errado a Teerão. Os Estados Unidos e a União Europeia receiam que Teerão queira produzir armas nucleares. Washington e Bruxelas querem ver outros países a porem fim a grandes acordos comerciais com o Irão, como forma de pressionar a parar o que Teerão insiste ser um programa para desenvolver energia nuclear.
Teerão recusou permitir que inspectores das Nações Unidas fiscalizassem plenamente o seu projecto de enriquecimento de urânio. O Conselho de Segurança da ONU aprovou uma resolução proibindo a venda de materiais ou tecnologia nucleares ao Irão. A China é um membro permanente do Conselho de Segurança e votou a favor da resolução, mas, juntamente com a Rússia, tem sido relutante em exercer muita pressão sobre os iranianos.
A China, esfomeada de energia para alimentar a sua crescente economia, tem relações estreitas com o Irão, e apelou por diplomacia em vez de confrontação para resolver a disputa nuclear.
Os comentários de Pequim ocorreram no mesmo dia em que o primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, manteve conversações com o presidente chinês Hu Jintao sobre as ambições nucleares do Irão.
Olmert está em Pequim para promover o comércio e as relações com a China, mas está também a tentar com que Pequim tome uma posição mais dura contra o Irão, que é um inimigo figadal de Israel.
Olmert afirmou ontem, depois de um encontro com o primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, que estava agradavelmente surpreendido com as preocupações da China sobre o Irão. Mas Israel quer ver Pequim lidar com Teerão a letra da resolução da ONU e apoiar acções mais duras se Teerão a violar.
Falando durante o seu encontro com o presidente chinês, Olmert sublinhou os laços estreitos entre Israel e a China.
“Venho de uma das mais antigas capitais do mundo, Jerusalém, para uma das mais antigas capitais do mundo, também, a capital de uma grande nação. As ligações entre os nossos dois povos é uma grande consideração na estratégia do Estado de Israel nas suas relações internacionais”.
Olmert afirmou que Israel quer aumentar de uma forma considerável o seu comercio com a China, que já é o terceiro maior parceiro comercial.
Israel abriu a sua terceira representação diplomática na China, o único país para alem dos Estados Unidos onde o estado judaico tem mais do que uma embaixada e um consulado.