Fontes da Casa Branca afirmam que o presidente Bush está aberto a considerar todas as opções para o Iraque, incluindo as que estão sugeridas num memorando revelado durante o fim de semana e da autoria do Secretário da Defesa cessante, Donald Rumsfeld. A Adminstração Bush está também, neste momento, a aguardar uma lista de recomendações preparadas por uma comissão bipartidária.
Num memorando enviado à Casa Branca por Rumsfeld pouco antes das eleições de 7 de Novembro, o Secretário da Defesa sugeria um grande reajustamento da política americana para o Iraque, poucos dias antes da sua demissão.
Rumsfeld, que é considerado um dos mais destacados proponentes da estratégia do presidente para o Iraque, muda de tom no documento enviado a Bush, sugerindo ter chegado a altura de mudar de rumo.
Um memorando secreto, noticiado em primeira mão pelo “The New York Times”, e posteriormente confirmado pelo Pentágono, inúmera uma série de opções, incluindo várias ideias para a rotação e retirada de tropas.
O conselheiro para a Segurança Nacional do presidente Bush, Stephen Hadley, afirma que o memorando deve ser visto no contexto de uma ampla revisão das opções políticas. Hadley foi entrevistado, no domingo, pela rede de televisão “ABC”: “Como sabe, o presidente tinha pedido a várias agência do governo para começarem a rever a nossa política para o Iraque e o que o SecretárionRumsfeld fez, e de uma forma útil, foi enunciar uma série de ideias que pensou que poderão ser consideradas no processo de revisão dessa política”.
Hadley sublinhou ainda que o presidente tem, frequentemente, manifestado a sua disposição em estudar as ideias avançadas pelos membros do seu governo. Bush estão pronto a considerar as ideais avançadas pelas autoridades iraquianas e por membros do Congresso americano, bem como as recomendações do Grupo de Estudos para o Iraque, um painel independente de conselheiros de alto nível autorizado pelo Congresso e que vai apresentar as suas conclusões ainda esta semana: “O presidente disse publicamente o que o Secretário Rumsfeld havia dito de que o que se está a passar no Iraque não está a ser bastante e não está a acontecer com a rapidez necessária. Temos que fazer algumas mudanças. Necessitamos de um novo roteiro para fazer avançar as coisas no Iraque”.
A insatisfação do público com a situação no Iraque foi, em parte, responsável pela grande vitória dos democratas nas eleições de Novembro. A partir de Janeiro, que vai passar a presidente à Comissão de Relações Externas do Senado vai ser o democrata Joe Biden. Segundo disse numa entrevista à rede de televisão “Fox”, o programa que o memorando de apenas reforça o seu ponto de vista de que a forma como a Administração Bush está a fazer frente à situação no Iraque tem sofrido de graves erros: “Ao fim e ao cabo não há ninguém, incluindo um ex-Secretário do governo que não pense que a política que o presidente continua a seguir não faz sentido”.
Entrevistado para o mesmo programa, o senador republicano Lindsey Graham concordou na necessidade de uma mudança de política para o Iraque.
Durante as conversações de uma hora, na semana passada, na Jordânia, o presidente Bush e o primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Malaki concordaram em acelerar o treino e activação de forças de segurança iraquianas para fazerem frente ao banho de sangue e travem aquela vaga de violência sectária.