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Guerra no Iraque: Tema Dominante das Intercalares de Novembro


A Administração Bush afirma que está a cooperar com as autoridades iraquianas para difinir os objectivos a atingir na área da segurança, da economia e da política. Mas, as autoridades americanas recusam-se a admitir que estejam a emitir um ultimato a Bagdade.

O presidente Bush manteve, nos últimos dias, uma, série de encontros com os seus generais e com os conselheiros de segurança nacional. Mas, fontes oficiais advertem para que não se especule face a esta multiplicidade de consultas ao mais alto nível.

O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirma não estar iminente nenhum anúncio espectacular, muito embora sublinhe haver constantes ajustamentos para reflectir a realidade no terreno: “Haverá grandes mudanças políticas? A resposta é não.”

Durante uma conferência de imprensa, Snow disse destacados elementos do governo iraquiano, elementos da coligação e dos EUA têm-se reunido em Bagdade, há vários meses, para debater a situação e para definir um determinado número de objectivos mínimos.

O jornal “New York Times” noticiava, no domingo, que os participantes americanos estavam a fazer um esboço de uma calendarização, sugerindo a aplicação de sanções, caso esses objectivos não sejam cumpridos. Tony Snow disse essa reportagem, em parte, vai longe demais, acrescentando que os EUA não estabeleceram quaisquer ultimatos: “ Penso ser importante saber que são ambas as partes quem está a arregaçar as mangas da camisa, olhando para a situação de uma forma prática a todos os níveis. Os iraquianos têm também vindo a definir objectivos para o seu progresso político e económico de uma forma pública.”

Snow foi questionado sobre se a Administração Bush estará satisfeita com os esforços desenvolvidos pelo primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, no sentido de desmantelar as milícias e de reduzir o nível de violência. O porta-voz da Casa Branca acrescentou que os EUA estão satisfeitos pelo facto da liderança iraquiana estar a levar a sério aquela questão:“Penso que podem ver esforços muito mais agressivos por parte do governo iraquiano, porque o primeiro-ministro compreende a importância vital da reconciliação. A terceira conferência para a reconciliação vai ter lugar no dia 4 de Novembro.”

Persistem rumores sobre a possível mudança de táctica por parte dos EUA no Iraque, nas semanas que antecedem as eleições intercalares de 7 de Novembro próximo nos EUA. O descontentamento popular relativamente à guerra parece estar a ajudar os democratas, na oposição, forçando alguns congressistas republicanos a exigirem mudanças políticas.

O senador democrata Joseph Biden irá, ao que tudo indica, assumir a liderança da Comissão de Relações Externas do Senado, caso os democratas vençam as eleições: “Se os republicanos têm um novo plano, então não devem demorar em pô-lo em prática, o que me faz crer que, se mantiverem as suas maiorias no Congresso, não têm qualquer desejo real em fazer uma mudança política significativa”.

Sondagens à opinião pública indicam que o Iraque é a principal questão citada pelo eleitorado americano, nas vésperas das eleições de 7 de Novembro. Numa recente sondagem realizada pela revista “Newsweek”, 34 por cento dos inquiridos disseram confiar nos republicanos para resolver a guerra no Iraque. Quarenta e seis por cento escolheram os democratas.
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