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As Iniciativas Africanas Para Controlar o Alastramento Da Malária


Centenas de crianças participam, em seis nações africanas, dos testes de uma vacina contra a malária. As Nações Unidas sustentam que a doença transmitida pelos mosquitos causa, anualmente mais de um milhão de vitimas, noventa por cento das quais na África sub saariana, e na sua grande maioria crianças.

A pobreza e a ausência de organização tem frustrado as iniciativas africanas de controlar o alastramento da malária com meios expeditos – tal como a introdução de óleo nas poças de agua estagnada onde os mosquitos se desenvolvem e pela distribuição de redes para as janelas e redes-mosquiteiros para as camas.

Agora, um programa de vacinação patrocinado em parte por uma farmacêutica sediada na Bélgica, apresenta sinais promissores em muitos países africanos.

No Ghana, por exemplo, o governo despende cerca de um terço do orçamento anual de saúde no tratamento da malária.

Um membro da equipa de pesquisa local afirmou que os resultados de estudos similares realizados em Moçambique, em que participaram mais de duas mil crianças, indicaram que a vacina é eficaz por um período de pelo menos 18 meses, e que os casos clínicos de malária baixaram em 35 por cento, e os casos severos de malária em 49 por cento.

Aba Baffoe-Wilmot, a sub directora do programa de controle da malária no Ghana acentua que no caso da vacina demonstrar êxito, constituirá uma grande vitoria na luta contra a malária.

‘No passado, existiram vacinas que foram testadas na Colômbia, na Tanzânia e noutras partes do mundo, e nada aconteceu. Desta vez, e se isto se comprovar, e se for eficaz ficaremos muito satisfeitos.

O programa de vacina tem sido testado, e obtido êxito, na protecção de um grupo amplo de pessoas – adultos voluntários nos Estados Unidos, na Europa, na Gâmbia e no Quénia, bem como em crianças na Gâmbia e em Moçambique.

Especialistas do instituto de Pesquisa do Exercito dos Estados Unidos, da empresa farmacêutica e do Conselho de Pesquisa Medica britânico, estão a testar 540 crianças no Ghana com idades compreendidas entre os cinco e 17 meses.

Baffoe-Wilmot sub directora do programa sublinha que a vacina não pode nem deve substituir as medidas preventivas, tais higiene adequada e dormir debaixo de redes tratadas, e por isso as pessoas necessitam ser educadas.

‘Quando se olha para a forma como vivemos, como nos comportamos, estamos a encorajar o desenvolvimento dos mosquitos. Se conseguirmos prestar alguma atenção, alterando o comportamento das pessoas, fazendo saber que se trata do mosquito e que estamos a combatê-lo e a controlá-lo, poderemos ir a algum lado. Trata-se de um enorme desafio.’

A vacina está a ser testada igualmente no Quénia, na Serra Leoa, no Gabão, na Tanzânia e no Senegal, e os pesquisadores consideram que se tiver êxito, poderá ser utilizada a partir de 2011.

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