A agencia das Nações Unidas para os Direitos Humanos, apelou ao Sudão para investigar alegados ataques das milícias na parte sul de Darfur, que teriam resultado na morte de centenas de elementos da população civil.
A Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Louise Arbour revela num relatório tornado publico hoje que os ataques registados em finais de Agosto ultimo, poderão ter sido perpetrados com o consentimento e o apoio do governo sudanes.
De acordo com o relatório cerca de mil elementos da milícia da tribo árabe Habbania e dos Falatas, este ultimo, um grupo étnico próximo das autoridades de Cartum, atacaram pelo menos 45 aldeias na região de Buran no sul de Darfur.
Segundo aquela funcionaria da ONU, os ataques em questão tiveram por alvo aldeões de origem negra-africana.
Os observadores das Nações Unidas fundamentaram o relatório com base em entrevistas aos sobreviventes dos ataques e a fontes locais.
Aquela agencia da ONU, para os Direitos Humanos instou por outro lado, o Sudão a criar uma comissão independente de inquérito para investigar o caso.
Enquanto isso, rebeldes de Darfur e forças governamentais trocam acusações de responsabilidade pelos violentos confrontos militares registados na semana passada, na fronteira com o Chade.
O exercito governamental sudanes nega para já ter arquitectado os ataques contra a base rebelde na região de Kari Yari, junto a permeável fronteiro-sudano-chadiana. Um porta voz das forças de Cartum disse hoje que as forças governamentais tentaram sim repelir ataques rebeldes, desferidos no fim de semana.
O coronel Mohamed Osman negou igualmente as noticias postas a circular e que dão conta que os rebeldes teriam capturado no decorrer dos combates, vários soldados do exercito governamental.
“A rebelião é que nos atacou nesse local, em Kari Yari... e o exercito tentou ripostar os ataques...e eles agora dizem que nos é que os atacamos... Isso não é verdade. O exercito governamental é que foi atacado pelos rebeldes.” - palavras do coronel Osman.
Mas uma versão diferente dos factos tem os rebeldes. Jar al Naby, o comandante do Exercito de Libertação do Sudão que a par do movimento rebelde, Justiça e Igualdade integra a coligação rebelde da Frente Nacional de Redenção disse que os combates terão eclodido na sequência de noticias de que o exercito governamental sudanes teria em fase de preparação ataques contra bases rebeldes na região.
Al Naby falou a VOA, através de um telefone satélite e partir da fronteira com o Chade.
“Os nossos serviços de contra inteligência sabiam que as tropas governamentais tinham em fase de preparação ataques contra as nossas posições. Por essa razão, tomamos a iniciativa de atacar os seus campos, ontem pela tarde”, frisou aquele comandante rebelde.
Sabe-se por outro lado que dada a intensidade e a violência dos combates, varias dezenas de combatentes de ambos os lados, escaparam aparentemente para o lado chadiano da fronteira comum.