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Angola Repara Três Mil Quilómetros de Estradas


Angola está a tentar recuperar neste momento perto de quatro mil quilómetros de estrada sendo que os primeiros troços deverão estar concluídos entre o fim deste ano, e o princípio do próximo, soube a Voz da América junto de Joaquim Sebastião, director geral do Instituto de Estradas de Angola.

Joaquim Sebastião foi um dos quadros que Angola enviou à conferência sobre Infra-estruturas realizada há uma semana na capital norte-americana. Fez parte de uma delegação chefiada pelo ministro das Obras Publicas, Higino Carneiro de que também faziam parte o ministro dos Transportes, André Brandão e o vice-ministro das Finanças, Job Graça.

Questionado sobre a prioridade na recuperação de estradas, Joaquim Sebastião disse que a ideia principal agora é ligar os principais centros do país: “Nós estamos a procurar ligar as cidades capitais entre elas e estas à capital do país. Estamos também a procurar recuperar a rede fundamental de estradas que compreende as ligações provinciais. Hoje verifica-se um trabalho em todo o país, do Norte ao Sul, do litoral ao Leste, até porque a rede foi danificada mais ou menos na mesma proporcionalidade”.

A reparação por quilómetro varia consoante o estado dos troços, mas à média segundo Joaquim Sebastião, anda à volta dos 350 mil dólares por quilómetro: “Hoje poderemos encontrar 10 quilómetros mais caros, ou 100 quilómetros mais baratos...Isto varia de acordo com o nível de degradação, mas em média a reparação de cada quilómetro andará perto dos 350 mil dólares”.

A empreitada é sustentada, sobretudo, por financiamento externo, particularmente chinês. Uma das obras cuja execução está apoiada nesta linha crédito é da recuperação da estrada que liga Luanda ao Uíje. Está em vista também um projecto mais ousado, e que deverá ligar a província do Zaire a Cabinda, passando pelo Congo Democrático. O director do Instituto de Estradas está convencido que este irá levar mais tempo.

“Estamos a desenvolver estudos preparatórios para que nos próximos tempos possamos ter este projecto em andamento. A complexidade desta ligação requer serviços especializados, e leva-nos a que recorramos a entidades que tenham desenvolvido projectos similares. Estamos a trabalhar com parceiros americanos e chineses no sentido consolidarmos os estudos”, disse.

Com mais ou menos precisão, algumas das obras deverão ser entregues até 2008. A estrada que liga Benguela a Huíla é uma das que deverá esta concluída por esta altura.

“Por acaso ainda à semana passada fizemos os trabalhos de consignação da obra relativa a estrada Benguela-Lubango. Creio que também em 2008 possamos ter a estrada em boas condições de circulação”, adiantou Joaquim Sebastião à VOA.

Outro factor a concorrer para a imprecisão na data da conclusão de algumas obras é a capacidade mercado interno responder à demanda: “Não basta apenas termos dinheiro para fazermos isto ou comprarmos máquinas. Não há internamente capacidade para suportar as grandes obras em curso. Por um lado temos apenas duas fábricas de cimento; por outro lado a Sonangol por sí só terá dificuldades no fornecimento de betumes, pelo que é preciso que haja alguma ponderação. Os trabalhos estão a andar, mas há razões alheias à vontade do país que fazem com que algumas destas obras se atrasem. Ainda assim estou em crer que 2008 deve ser um marco para que possamos circular com mais fluidez”.

Além de dificuldades de natureza logística, Angola enfrenta o problema da capacidade de resposta dos seus empresários. De acordo com Joaquim Sebastião isto explica o facto de que o número de empreiteiros angolanos ligados às obras não seja tão elevado quanto as autoridades desejariam

“Não houve ao longo destes 30 anos trabalhos neste sector, pelo que não seria crível que só com mão de obra local pudéssemos levar a cabo isso, pelo que temos tido o concurso de empresas portuguesas, brasileiras, chinesas. Este programa está a permitir a capacitação de empresariado local. Dia a dia surgem e crescem empresas angolanas pois têm beneficiado da constituição de ‘joint-ventures’. As empresas angolanas já respondem, hoje pela maior parte das obras adjudicadas”.

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