No discurso inaugural da sexagésima primeira sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, o secretario geral da ONU, começou por delinear algumas das conquistas conseguidas durante os seus dez anos a frente dos destinos da organização mundial.
Annan cujo mandato cessa no fim do ano em curso pintou um quadro preocupante do mundo, com base nas desigualdades sociais e económicas que ainda persistem no planeta, na guerra e no terrorismo.
Para Koffi Annan, os acontecimentos dos últimos 10 anos não foram resolvidos, pelo contrario agudizaram-se...
O secretario geral da ONU aproveitou a oportunidade para lançar um forte ataque a globalização, fenómeno que segundo ele, teoricamente deveria contribuir para a aproximação das pessoas.
“A globalização não tem sido aplicada de forma equitativa a todos. Mesmo entre aqueles, que as estatísticas nos dizem estarem a beneficiar do fenómeno, muitos se sentem profundamente inseguros e ressentidos pela aparente complacência dos mais afortunados aos seus problemas”.
Koffi Annan criticou igualmente de forma áspera a guerra contra o terrorismo e numa referencia velada aos Estados Unidos, sugeriu que o combate ao terror tem servido de escudo a violações sistemáticas dos direitos humanos.
“Mesmo os combates legítimos e necessários travados pelo mundo contra o terrorismo, tem sido usados como pretexto para repelir, para negar os direitos humanos, cedendo consequentemente terreno aos terroristas na sua campanha de recrutamento de novos aderentes”.
Relativamente ao Médio Oriente, o secretario geral da ONU referiu-se ao abrandamento da tensão na região.
Entretanto, para o secretario geral da ONU, o maior desafio da organização, tem tido por cenário, o continente africano e em particular a região sudanesa de Darfur.
Koffi Annan foi no fim da sua intervenção ovacionado pela Assembleia Geral da ONU, e durante um jantar oferecido aos lideres e dignatários internacionais, o presidente dos Estados Unidos, George W Bush, assumiu a iniciativa de sugerir aos presentes, um brinde ao secretario geral da ONU, cujo mandato expira a 31 de Dezembro deste ano.
Entretanto, nem tudo correu conforme o previsto no primeiro dia dos debates na Assembleia Geral das Nações Unidas.
O primeiro ministro da Tailândia, Thaksin Shinawatra que deveria intervir apenas hoje, viu o seu discurso antecipado para a tarde de ontem e posteriormente cancelado na sequência do golpe militar na Tailândia.