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Conferencia Islâmica Propõe Debate sobre  Tolerância Religiosa


Representantes dos 57 países membros da Organização da Conferência Islâmica criticaram o Papa Bento XVI pelos seus recentes comentários sobre o Islão e exortaram a Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas a agendar um debate versando a questão da tolerância religiosa.

O embaixador do Paquistão junto da ONU, em Genebra, Massod Khan, disse que os comentários do Papa acerca do Islão ameaçam distanciar os muçulmanos do mundo ocidental.

Aquele diplomata paquistanês, que falava em nome dos Estados membros da Organização da Conferência Islâmica realçou ainda que os comentários do chefe da Igreja Católica acabaram por ferir a sensibilidade da comunidade muçulmana mundial .

não deixou, entretanto, de relembrar as nações islâmicas, o facto do Papa Bento XVI ter lamentado e de se ter distanciado do texto citado, que esteve na base da controvérsia.

O diplomata paquistanês referia-se ao discurso do sumo pontífice, proferido na semana passada, na Universidade de Regensburg, na Alemanha, e em que o Papa Bento XVI citava uma frase do imperador cristão de Bizâncio do Século 14, crítico do profeta do Islão, por advogar a violência.

Para o embaixador do Paquistão junto do Conselho dos Direitos Humanos da ONU, em Genebra, Suíça, o Islão condena a violência e os comentários do papa a propósito demonstram um claro desconhecimento do profeta Maomé e do próprio islamismo:

“Semelhantes tendências também ameaçam a uma profunda alienação entre o ocidente e o mundo islâmico e ferem os esforços no sentido da promoção do diálogo e da harmonia entre as religiões. Esperamos que qualquer tentativa de revitalização do medievalismo seja superada por esforços no sentido da aproximação e do estreitamento das relações entre o cristianismo e o Islão”- palavras do diplomata paquistanês, para quem associação do Islão a violência, pressupõe a negação de uma crença professada há já 15 séculos e seguido por milhões de muçulmanos no mundo, ou seja por um um quinto da Humanidade .

Reagindo a controvérsia, o monsenhor Silvano Tomasi, o representante da Santa Sé em Genebra, referiu-se a necessidade da citação do Papa ser encarada na perspectiva e no contexto, meramente académico em que fora pronunciada: “O texto citado pelo Papa, na sua intervenção na universidade, deve ser lido na íntegra. Foi surpreendente o facto das manifestações terem começado mesmo antes do discurso ter sido traduzido e estar acessível às pessoas que se manifestavam. Tudo foi despoletado pelos títulos da imprensa, que deve agora assumir as suas responsabilidades” , frisou Silvano Tomasi.

De acordo com aquele representante do Vaticano em Genebra, o Papa já lamentou a situação e espera que desse reconhecimento público do erro, os ânimos sejam agora apaziguados .

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