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Enviada de Bush à Espera de Ser Recebida por Al-Bashir


A Secretária de Estado de Estado Adjunto americana para os Assuntos Africanos prolongou a visita que está a efectuar ao Sudão para tentar persuadir o governo de Cartum a aprovar o envio de formas de manutenção da paz da ONU para Darfur. Jenday Frazer está a tentar obter um encontro com o presidente sudanês, Omar al Bashir, para lhe entregar uma mensagem do presidente GW Bush.

Jenday Frazer reuniu-se já com destacadas figuras do governo sudanês, incluindo com o Ministro dos Negócios Estrangeiros Lam Akol, mas não lhe foi garantido um encontro com o presidente al Bashir por este, alegadamente, se encontrar muito ocupado.

Mas, fontes oficiais no Departamento de Estado, em Washington, afirmam que a responsável pela política africana dos EUA prolongou a sua estada em Cartum na esperança de lhe ser concedida uma audiência com o presidente sudanês para pessoalmente lhe entregar uam mensagem do presidente Bush.

Os EUA têm liderado os esforços no seio do Conselho de Segurança para fazer aprovar uma resolução para transformar a actual missão de manutenção da paz da União Africana em Darfur numa missão em larga escala das Nações Unidas.

Os sete mil membros da missão da União Africana em Darfur têm vindo a ser afectados por falta de apoio financeiro e logístico e o seu mandato termina a 30 de Setembro. Ao abrigo de uma moção patrocinada pelos EUA e pala Grã-Bretanha, as tropas africanas que já se encontram em Darfur irão tornar-se núcleo central da missão de paz da ONU, força que será alargada para ter mais de 17 mil homens.

Falando com jornalistas, o porta-voz do Departamento de Estado, Sean MacCormack disse que a Secretária de Estado Assistente Frazer estava a persistir no seu objectivo de ser recebida pelo presidente sudanês e poderá cancelar planos para participar na cimeira sobre a Somália, a realizar em Estocolmo, na terça-feira, para terminar a sua missão em Cartum.

McCormack admitiu que tem sido difícil resolver a questão de Darfur, mas que os EUA irão persistir para alargar a missão de paz naquela região: “O governo sudanês necessita de cumprir o que ficou acordado. Se há um acordo de paz em Darfur isso permitirá uma força dos “capacetes azuis” em Darfur. Devemos esperar que isso aconteça. Iremos também trabalhar na resolução apresentada ao Conselho de Segurança que irá criar a força de paz por forma a haver uma transição da força da União Africana para a unidade das Nações Unidas, até ao dia 1 de Outubro.”

O Sudão assinalou, em Maio, que aceitaria a transformação da força da União Africana numa missão de “capacetes azuis”, quando um acordo de paz para Darfur foi assinado na Nigéria. Mas, entretanto, o presidente Bashir renegou esse acordo, sugerindo mesmo que o Sudão poderia resistir à sua aplicação.

E apresentou um plano alternativo que consistiria no envio de mais de dez mil tropas sudanesas para Darfur com o objectivo de pacificar aquela região. Mas grupos de defesa dos Direitos Humanos afirmam que essa iniciativa iria desencadear novos conflitos com os rebeldes de Darfur, agravando a situação humanitária naquela zona.

Num desenvolvimento noticioso relacionado, o porta-voz do Departamento de Estado disse que a Secretária de Estado Ajunta para os Assuntos Africanos abordou com o Ministro dos Negócios Estrangeiros sudanês e com outras autoridades em Cartum o caso do jornalista americano Paul Salopek, que foi preso em Darfur no início deste mês, juntamente com um tradutor e um motorista chadiano.

Salopek, que é um jornalista galardoado com o Prémio Pulitzer, trabalha para o jornal “Chicago Tribune” foi acusado de espionagem, de falsas reportagens e de ter entrado ilegalmente no Sudão.

O porta-voz do Departamento de Estado informou que diplomatas americanos visitaram Salopek na prisão e que participaram pelo menos em duas sessões no tribunal.

McCormack disse que os EUA consideram o caso uma questão de grande interesse e esperam que o processo judicial seja justo, rápido e transparente.

Grupos de defesa dos direitos dos jornalistas já se pronunciaram, sobre o caso. Os Repórteres Sem Fronteira, uma organização sediada em Paris, qualificou de ridículas as acusações de espionagem feitas contra Salopek, adiantando que este estava a penas a tentar fazer uma reportagem sobre a trágica situação no Sudão.

Em Nova Iorque, o Comité de Protecção dos Jornalistas disse estar profundamente preocupado com a prisão e as acusações formuladas, considerando o caso uma grave ameaça à liberdade de imprensa. E apelou às autoridades sudanesas para que libertem aquele jornalista de 44 anos de idade.

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