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Conselho de Segurança Adia Votação sobre Sanções Contra a Coreia do Norte


O Conselho de Segurança da ONU adiou a votação da possível aplicação de sanções contra a Coreia do Norte para dar tempo à missão diplomática chinesa que foi a Pyongyang. O adiamento reflecte uma profunda divisão entre os cinco países com direito a veto no seio do Conselho de Segurança.

A Secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, expressou, na segunda-feira, esperança de que a delegação chinesa que se deslocou à capital norte-coreana possa persuadir o governo local a regressar às conversações sobre o seu programa nuclear em que participam seis países. Com isso em mente, os EUA e os países que o apoiam concordaram em adiar a apresentação de proposta de uma resolução ao Conselho de Segurança que propõe a aplicação de sanções contra a Coreia do Norte por ter efectuado testes com mísseis balísticos.

O embaixador americano junto das Nações Unidas, John Bolton, afirmou que as conversações foram suspensas para dar oportunidade à iniciativa diplomática a decorrer em Pyongyang: ”Pensamos que é importante manter as atenções centradas em Pyongyang que, ao fim e ao cabo, é a fonte destes problemas, e providenciar o maior apoio e pressão à missão chinesa à capital norte-coreana.”

Na ONU, os diplomatas afirmam que os principais patrocinadores da resolução ( o Japão e os EUA) irão deixar cair as suas exigências para a aplicação de sanções em troca pelo renovado compromisso da Coreia do Norte para uma moratória relativamente à experiência com mísseis e ao regresso às conversações com os seis parceiros.

O embaixador Bolton afirma que Washington irá esperar para ver se a China será capaz de persuadir os líderes norte-coreanos a concordarem: ”Trata-se inteiramente de um exercício da diplomacia chinesa. Pequim tem ficado embaraçados pelos provocatórios lançamentos de mísseis e eles veem esta missão como uma missão importante e de alto nível. E daí a nossa consideração em suspendermos a pressão para uma votação hoje, decisão que é baseada no que a missão chinesa disse, na semana passada, sobre o possível impacto da sua missão.”

O adiamento reflecte também profundos desacordos no seio do Conselho de Segurança sobre o texto do projecto de resolução a apresentar, o qual irá proibir a transferência para a Coreia do Norte de materiais que possam ser usados no fabrico de mísseis ou de armas de destruição massiva.

Dias consecutivos de consultas entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança e o Japão não conseguiram persuadir a China e a Rússia a apoiar aquela resolução em toda a sua dureza.

Destacadas entidades governamentais chinesas sugeriram que Pequim poderá tomar a rara iniciativa de usar o seu direito a veto no Conselho para bloquear aquela resolução. O embaixador chinês junto da ONU, Wang Guangya, saiu de uma sessão de negociações, na segunda-feira, afirmando que o governo de Pequim não pode apoiar o projecto de resolução na forma em como se encontra redigido: ”Basicamente, pedimos-lhe para que modifiquem a sua posição. Se desejarem fazer aprovar uma resolução, devem modificá-la e não avançar como está´´

O embaixador chinês disse à VOA que o seu país irá rejeitar categoricamente qualquer resolução que declare que a Coreia do Norte é uma ameaça á paz e que procure impôr sanções obrigatórias ao abrigo do artigo sétimo da Carta das Nações Unidas: “Basicamente, há que remover três coisas. A determinação de que é uma ameaça á paz e à segurança internacionais porque, para a China, não é aceitável as implicações negativas para a paz e para a estabilidade regionais. Em segundo lugar, há que retirar a referência ao artigo sétimo, e, terceiro, não pode haver sanções obrigatórias.”

O representante de Pequim diz que o seu país preferiria uma declaração simples por parte do Conselho de Segurança a criticar a Coreia do Norte pelas experiências com mísseis.

As agências noticiosas referem que uma delegação de alto nível se encontra em Pyongyang desde segunda-feira para uma visita de seis dias. A delegação é liderada pelo vice-primeiro-ministro chinês Hui Liangyu incluindo também o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, considerado a mais alta autoridade chinesa para as questões da energia nuclear.

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