Altos responsáveis americanos dizem que a morte de Abu Musab al-Zarqawi, destacado dirigente da al-Qaida no Iraque, é uma grande vitória na guerra global contra o terrorismo. Contudo, eles não acreditam que esta morte ponha cobro ao banho de sangue no Iraque.
O presidente Bush diz que a morte Zarqawi é uma vitória assinalável para a Coligação e as forças iraquianas.Bush diz acreditar que, enquanto a violência sectária continuará, a ideologia do terror perdeu um dos seus líderes mais visíveis e agressivos.
Disse Bush: ”A morte de Zarqawi é um duro golpe na al-Qaida. É uma vitória na guerra global contra o terrorismo e uma oportunidade para o novo governo iraquiano inverter o curso desta luta”.
O Secretário da Defesa norte-americano, Donald Rumsfeld, descreve a morte de Zarqawi de enormemente importante, apesar de dizer que isso não significa o fim da violência no Iraque.
Rumsfeld diz que, nos últimos anos, nenhuma pessoa no mundo teve mais sangue de pessoas inocentes nas suas mãos: ”Ele personificava a visão negra, sadística e medieval das decapitações, dos ataques suicídas, das mortes indiscriminadas, um padrão de comportamento que foi rejeitado pela esmagadora maioria do povo iraquiano”.
Foi o próprio Zarqawi que decapitou reféns americanos e outros civis iraquianos. Foi também ele que planeou a destruição da sede das Nações Unidas em Bagdade.
Zarqawi era procurado pelo assassinato de um diplomata americano na Jordânia e pela explosão de três hotéis em Amã, em que morreram mais de 60 pessoas.
Zarqawi defendia também a violência sectária contra os muçulmanos xiitas no Iraque.
O embaixador americano em Bagdad, Zalmay Khalilzad, diz que há júbilo no Iraque, agora que Zarqawi foi morto:” Temos visto imagens das ruas em Bagdad, de polícias a dançarem. Há uma atmosfera de como se estivessemos num casamento, com as pessoas a dispararem para o ar. Sim, de facto, o povo iraquiano está contente, mas penso que seria um erro da sua parte, ou da nossa parte, assumir que a violência vai acabar.”
Brian Jenkins é um perito em terrorismo da corporação RAND. Em conversa com a VOA Jenkins disse que a morte de Zarqawi eliminou o chefe da al-Qaida no Iraque e também o mais conhecido líder dos insurrectos e o seu mais conhecido comunicador :”Não devemos sub-estimar o facto de que ele era carismático. Era certamente alguém que conseguia atrair seguidores leais, mantê-los sob o seu controlo. Ele tinha algum efeito sobre as pessoas. E como digo não vai acabar com (o desaparecimento dele) a insurreição, retira contudo, à insurreição, o seu mais conhecido comunicador.”
Os analistas americanos estão já a estudar quem poderá suceder a Zarqawi como novo líder da al-Qaida no Iraque. O porta-voz militar americano, o general William Caldwell diz que um indivíduo de origem egípcia, identificado como Abu al-Masri, poderá ser o provável sucessor. O general Caldwell diz que al-Masri recebeu treino no Afeganistão acreditando-se que chegou ao Iraque em 2002, provavelmente para ajudar a criar a primeira célula al-Qaida em Bagdad.
Mark Baillie, um analista de defesa britânico, do Centro de Estudos de Segurança Internacional, diz que a morte de Zarqawi não deverá ter grande impacto a curto-prazo na insurreição em curso no Iraque:” É uma boa notícia quando um homem mau é morto, mas não é o caso em que se cortarmos a cabeça da hierarquia o resto cai. Ele era uma figura importante, mas não há razão para supor que não será substituído em breve” .
Apesar da nota de cautela expressa pelo presidente Bush e outros, a notícia da morte de Zarqawi provocou um ambiente celebratório no Iraque, onde a notícia serve para impulsionar os esforços para pôr sobro à súbita violência sectária.
O primeiro-ministro iraquiano Nouri al-Maliki, que anunciou a morte de Zarqawi, disse ser aquela uma mensagem para todos os insurrectos acrescentando ”quando houver um novo Zaqarwi, mata-lo-emos.”