O presidente Bush exortou, ontem, a comunidade internacional a acompanhar o acordo de paz celebrado no fim da semana passada para Darfur com o rápido envio de ajuda alimentar e operações de manutenção da paz para aquela região ocidental do Sudão. A Secretária de Estado, Condoleezza Rice, vai levantar esta questão, esta terça-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU.
O presidente qualificou o acordo celebrado entre o governo sudanês e o principal grupo rebelde de Darfur como o princípio da esperança para o povo daquela região dilacerada pela guerra.
Mas, disse Bush, estamos ainda longe do objectivo final de possibilitarmos o regresso a Darfur sem medo às sua terra de milhões de pessoas deslocadas.
Bush falava, na Casa Branca, ladeado por Condoleezza Rice e pelo seu subsecretário de Estado, Robert Zoelick, que ajudou a negociar o acordo de sábado último, em Abuja, a capital nigeriana.
Bush felicitou Zoelick, o enviado especial americano para Darfur, e revelou ter ter telefonado aos presidente Olusegun Obasanjo, da Nigéria, e Denis Sassou Nguesso, da República Democrática do Congo, para lhes agradecer os seus esforços.
Bush revelou ter telefonado também ao presidente sudanês, Omar al-Bashir, na segunda-feira de manhã, tanto para o elogiar pelo seu papel na obtenção do acordo como para exortar o seu governo a manifestar apoio claro em reforçar a missão de observação da União Africana em Darfur para uma missão de manutenção de paz da ONU.
O governo de Cartum tem resistido a planos para duplicar o tamanho da actual missão da União Africana, que tem sete mil e 200 homens, transformando-a numa missão de paz da ONU.
Bush disse que as forças da União Africana atingiram o limite da sua capacidade para patrulhar uma região maior que o território da França: ”A longo prazo, as tropas da União Africana tềm que transformar-se no miolo de uma força militar maior, com mais mobilidade e mais capaz, o que irá gerar mais informações secretas e a quem será dado um mandato claro para proteger a população civil. Por isso vou enviar a Secretária de Estado para proferir um discurso perante o Conselho de Segurança. Rice irá pedir uma resolução que irá pedir uma resolução para acelerar o envio de tropas da ONU para Darfur. Estamos agora a cooperar com a ONU para identificar os países que podem contribuir com tropas, para que a missão de manutenção da paz seja uma força robusta.”
Ainda ontem, numa conferência de imprensa telefónica com jornalistas, a Secretária de Estado Assistente para os Assuntos Africanos, Jendayi Frazer, disse que o presidente Al-Bashir não garantiu ao presidente Bush que irá permitir que a actual força militar possa ser reforçada, mas disse que iria considerar seriamente o pedido.
Disse Frazer: ”Obviamente, pensamos que aquela iniciativa tem que ser desencadeada muito rapidamente para que a ONU possa avançar para lá, longo que o Conselho de Segurança aprove a resolução. Noutras situações tem demorado entre seis a nove meses. Mas nós estamos a considerar formas de reduzir esse período de espera.”
Na sua tomada de posição, o presidente Bush sublinhou a urgência das necessidades humanitárias de Drafur. E exortou o Congresso a actuar rapidamente a aprovar um pacto de ajuda alimentar adicional ao Sudão no valor de 225 milhões de dólares, tendo apelado para os países aliados para que também ofereçam ajuda.
Bush ordenou o envio de cinco navios carregados com ajuda alimentar americana, que está armazenada na região do Golfo, para seguir imediatamente para porto Sudão, para ajudar a aliviar a crise que, recentemente, levou o Programa Alimentar Mundial a cortar as rações aos refugiados de Darfur em metade.
Disse Bush que a América não vai ignorar a tragédia de Darfur, que tem sido correctamente qualificada de genocídio pelos EUA.