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Diplomata Guineense Recebe Ordem Amílcar Cabral


A embaixada de Cabo Verde atribuiu numa cerimonia que teve lugar nas instalações daquela missão diplomática e que contou com a presença de diplomatas de vários países africanos, o primeiro grau da Ordem Amílcar Cabral a antiga diplomata da Guine Conacri, Jean Martin Cisse pelo reconhecimento da sua contribuição a causa da independência de Cabo Verde.

Jeanne Martin Cisse, uma espécie de referencia para diplomacia africana nos Estados Unidos, para além de vários cargos governamentais desempenhados no seu país de origem durante a era do presidente Ahmed Sekou Ture, foi secretaria geral da União Revolucionaria das Mulheres da Guine Conacri no inicio dos anos 60, igualmente secretaria geral da Organização Pan-africana das Mulheres e entre 1971 a 1976, representante da Guine Conacri, nas Nações Unidas tornando-se em 1972, numa fase crucial da luta pela independência da Guiné e Cabo Verde, na primeira mulher africana a assumir o cargo de presidente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Ligada a luta comum travada pelos guineenses e cabo-verdianos, nas matas da então Guine portuguesa, Jeanne Cisse manteve laços de amizade e de solidariedade próximos com os dirigentes do movimento de libertação naquela antiga colónia portuguesa, nomeadamente Amílcar Cabral.

A propósito da condecoração, a VOA conversou com esta diplomata veterana, actualmente a residir nos arredores da capital Washington.

“Quando o presidente Pedro Pires me chamou para anunciar a sua decisão, fiquei tão impressionada, que a primeira coisa que fiz foi chorar de emoção... fiquei agradecida e muito tocada por esse gesto do presidente cabo-verdiano. Creio que isso representa o reconhecimento, não apenas do meu trabalho, mas o esforço e a dedicação de todo o povo da Guine Conacri...e em particular ao presidente Sekou Ture que não se cansava de nos lembra que de nada valeria a libertação da Guine Conacri se continuassem a existir povos sob a dominação colonial... Enquanto embaixadora procurei trabalhar para a afirmação da causa libertadora desses dois povos no mundo... e acabei por estabelecer laços de amizade e de solidariedade eternos com os dirigentes do movimento de libertação desses países. Sinto-me realmente honrada por esse gesto.”- frisou Jeanne Cisse veterana diplomata da Guine Conacri, homenageada pelos cabo-verdianos, pela sua devoção a gesta da libertação daquele arquipélago atlântico, numa cerimonia na embaixada de Cabo Verde, em Washington.

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