O Centro Documental da Pirataria, em Kuala Lumpur, indica que os ataques de piratas diminuíram em todo o mundo, cerca de 16%, em 2005. O centro diz que os 276 ataques registados representam o número mais baixo desde 1998, quando foram notificados 202 ataques.
O vice-director do Departamento Marítimo Internacional, Jayant Abhyankar diz que a principal razão para o declínio é que os capitães dos navios tomam mais precauções.
‘O crédito tem que ser dado aos mestres dos barcos que seguem agora mais à risca as instruções dadas pelo nosso centro, evitando áreas perigosas, tomando medidas preventivas.’
A segunda razão, avança, é que as agências da lei e da ordem trabalham mais arduamente para responder ao problema, especialmente no estratégico estreito de Malaca, entre a Indonésia e a Malásia.
Abhyankar acrescenta que os ataques naquele estreito diminuíram para 12 no ano passado, contra os 38 no ano anterior.
‘Isto apenas pode ser atribuído ao trabalho das autoridades dos estados litorais, que levam a cabo patrulhas e que estão, de facto, a apanhar piratas.’
Desde há muito que os piratas infestam os mares em redor das pequenas ilhas e baías deste estreito, por onde passa um - terço do comércio mundial, e metade dos abastecimentos petrolíferos da Ásia.
Apesar disso, as 16 mil ilhas que constituem a Indonésia continuam a ser um paraíso para os piratas. O país, em si, foi vítima do maior número de ataques piratas, 79 no ano passado, apesar do número ter diminuído dos 94 que se registaram no ano de 2004.
Os ataques de piratas diminuíram em muitos outros países, incluindo Filipinas, Tailândia, China, Nigéria, Camarões, Gana, Libéria, Brasil, Colômbia e Haiti.
Contudo, Abhyankar nota que os ataques aumentaram drasticamente ao longo da costa da Somália, levando a sua agência a avisar os capitães para permanecerem, pelo menos, a 200 quilómetros da costa somáli.
‘A Somália é um país sem governo, sem agências da lei e da ordem. Assim os ataques aumentaram este ano, foram 35 os ataques comparados com os 10 em 2004.
O centro noticia um crescente de pirataria no sul do Iraque, com 10 ataques no ano passado, enquanto em 2004 não se tinham registado qualquer ataque de piratas. responsáveis antipirataria dizem que estes ataques, na sua maior parte no terminal petrolífero em Bassora, ocorrem apesar da presença de navios da coligação, em particular da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos.
O centro nota que não se registou qualquer morte em consequência dos ataques dos piratas, enquanto em 2004 houve 32. O declínio é atribuído ao facto de se conseguir agora julgar e sentenciar piratas envolvidos em casos de assassinato.
Mas, os mesmo responsáveis frisam que, no ano passado, os piratas fizeram mais de 400 marinheiros reféns, metade deles na Somália. Acrescentam que os piratas descobriram que manterem cativos os marinheiros, para os trocarem por dinheiro, pode ser mais rentável que vender a mercadoria capturada de um navio.