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Adiamento de compromissos internacionais


Na Guiné Bissau, o que se temia com a situação de instabilidade política gerada nos últimos dias, com a demissão, do governo do PAIGC liderado por Carlos Gomes Júnior, pelo presidente Nino Vieira, aconteceu ... ou seja o adiamento de alguns dos compromissos internacionais imprescindíveis ao relançamento da economia e da credibilidade externa do país.

Depois da VOA ter anunciado na véspera, com base na confirmação de uma fonte do Banco Mundial, aqui na capital Washington, ontem foi a vez do Fundo Monetário Internacional, através do chefe da sua missão que se encontrava desde sábado passado na Guiné-Bissau, anunciar o adiamento das negociações com vista à assinatura de um Programa de assistência pós-conflito.

O FMI condiciona para já o reatamento das negociações a propósito, a existência de um interlocutor válido na Guiné-Bissau.

Esta determinação daquela instituição financeira foi comunicada ontem as autoridades guineenses e a própria imprensa nacional, por Harry Snoek, economista e director do FMI para a África Ocidental momentos antes de deixar a capital Bissau.

A missão regressou ontem a Washington, mas garante que a decisão não significa o fim das relações entre a Guiné-Bissau e o FMI que vai eventualmente continuar depois da indigitação de um novo governo que mereça a credibilidade internacional.

Harry Snoek chefe da missão do FMI a Guiné Bissau, foi entretanto deixando a sua partida recados a Bissau, ao afirmar esperar que o novo governo prossiga uma política de boa gestão financeira e económica para permitir a discussão de uma possível mesa redonda de doadores para a Guiné-Bissau.

Saliente-se que a gestão macro económica guineense constituía, pelo menos durante a vigência dos governos do ex-presidente Kumba Yala, o calcanhar de Aquiles no relacionamento entre a Guiné Bissau e as instituições financeiras internacionais.

Dai que a decisão sobre a realização dessa mesa redonda de doadores prevista para Dezembro próximo só poderá ser tomada e de acordo com aquele funcionário do Fundo Monetário Internacional, depois da formação de um novo governo credível e em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, PNUD.

No seu entender, apesar de existir um grave problema económico no país, a questão de fundo na Guine Bissau, é o problema político.

Snoek relembrou ainda e a propósito que tanto o FMI, o Banco Mundial, a União Europeia e as Nações Unidas e outros organismos internacionais têm nos últimos anos estado a advertir para a necessidade da consolidação da estabilidade política no país.

Entretanto, enquanto se aguarda a todo o momento que o presidente guineense, João Bernardo Nino Vieira, anuncie o nome do novo primeiro ministro do país, o PAIGC admitiu ontem como "única saída" para a actual crise a realização de eleições antecipadas, caso o chefe de estado, e citamos, não cumpra as regras constitucionais.

Num comunicado em que lembra que Carlos Gomes Júnior foi indigitado "por unanimidade" pelo partido para o cargo de primeiro- ministro, "o PAIGC adverte que, em caso de eventuais dificuldades na formação de um novo Governo constitucional, a única saída reservada na Constituição da República é a convocação de eleições legislativas antecipadas no prazo máximo de 90 dias.

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