Funcionários dos serviços de saúde da Guine Bissau tem estado a batalhar para tentar controlar a epidemia de cólera se alastrar pelo país.
Cerca de 16 mil casos da doença, provocada basicamente pela má qualidade da água e por más condições sanitárias foram diagnosticados desde Junho ultimo naquele país da África Ocidental.
No principal mercado da capital Bissau, uma vendedora ambulante de água chama pelos seus habituais clientes que passam junto a sua banca “Venham compra água e gelados, venham !”
A Guine Bissau faz face desde Julho ultimo a uma epidemia de cólera que se alastrou a todas as regiões do país.
A doença já provocou cerca de 300 casos mortais e mais de quatro mil novos casos foram identificados no passado mês de Setembro.
As autoridades sanitárias do país identificam entre as principais causas da doença, as fontes e rios altamente poluídos, sobretudo nas zonas rurais.
Em Bissau, a capital, a ministra da Saúde disse que as autoridades sanitárias desconfiam que a possibilidade de infiltração das águas de esgoto no debilitado sistema de abastecimento de água a cidade, esteja entre as principais causas da rápida propagação da doença e do numero crescente de casos registados.
A enfermeira Mimo Gomes, envolvida nos esforços de educação publica a forma como prevenir o alastramento da doença, compartilha da mesma opinião da ministra da saúde.
Mas para a vendedora de água, Maria Diata as autoridades sanitárias estão sim apanhados por uma paranóia e que as vendedoras de água pelas ruas da capital Bissau, estão sendo os bodes expiatórios da incapacidade do governo em controlar a situação de propagação da doença.
Diata garante inclusive que a água que comercializa é segura, porque adiciona gotas de limão para matar as bactérias.
Mas para os funcionários da saúde, o simples adicionar de gotas de limão a água não é o suficiente para a desinfecção do liquido a ser consumido. Aconselham as vendedoras de água a ferverem primeiro o liquido antes de a embalarem em saquinhos de plástico destinada a venda publica, e as pessoas a lavarem as mãos com sabão, e com frequência, antes das refeições.
As autoridades sanitárias de Portugal estão envolvidas no combate da doença naquela sua antiga possessão colonial.
Portugal enviou toneladas de medicamentos e o ministro dos negócios estrangeiros de Portugal, Diogo Freitas do Amaral garantiu que especialistas médicos portugueses serão igualmente enviados para a Guine Bissau, para ajudarem as autoridades guineenses no combate da epidemia.
“Temos alguma experiência nessas doenças tropicais. Temos um bom instituto de medicina tropical em Lisboa e vamos dar todo o apoio que for necessário” - palavras do ministro dos negócios estrangeiros de Portugal e a disponibilidade de Lisboa em apoiar a Guine Bissau no combate da epidemia.
De realçar que mais de cem mil casos de cólera foram diagnosticados em pelo menos oito países da África Ocidental.