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Devolução de milhões de dólares desviados dos cofres de estado


Funcionários suíços anunciaram a devolução de milhões de dólares desviados dos cofres de estado pelo antigo ditador militar nigeriano, Sani Abacha, à Nigéria.

Um tribunal da Suíça tinha deliberado no ano passado a devolução de centenas de milhões de dólares depositados em bancos suíços pelo antigo homem forte da Nigéria.

Um funcionário do ministério da justiça da Suíça confirmou no fim de semana a emissão de uma ordem de transferencia no valor de 290 milhões de dólares de fundos roubados, à Nigéria.

O dinheiro desviado pelo antigo ditador militar, Sani Abacha estava depositado em contas bancarias na Suíça e constitui apenas parte dos 700 milhões de dólares congelados pelas autoridades helvéticas desde a morte do general em1998.

A coordenadora nacional da coligação Corrupção Zero na Nigéria, Lilian Ekean Yawu disse que a devolução dos fundos constitui um passo importante para o povo nigeriano.

O dinheiro significa muito para nós, tanto em termos das necessidades financeiras do país como também para o estado psíquico do povo. Trata-se da primeira vez que um dinheiro do género é devolvido ao povo e essa soma está sendo devolvida a Nigéria. Portanto é um momento realmente importante para nós.’

Apesar da decisão de devolução do dinheiro ter sido tomada em 2004, funcionários suíços aguardaram todo esse tempo para que fosse dada luz verde à devolução definitiva dos fundos, devido em parte ao desfecho de um recurso interposto pela família do ex-ditador militar Sani Abacha, que só recentemente foi decidido pelos tribunais suíços.

Com esta mais recente tranche devolvida, a Suíça terá agora que devolver à Nigéria, cerca de meio milhão de dólares ainda retidos nas contas de Abacha.

Mas, muitos nigerianos, incluindo o próprio presidente Sani Abacha tem criticado a forma aparentemente lenta como o processo de devolução do dinheiro foi conduzido pelas autoridades suíças.

Em Maio ultimo o presidente Obasanjo,cujo país altamente endividado, mas rico em petróleo, é considerado uma das mais corruptas nações do mundo pela organização Transparência Internacional acusou a Suíça de impor condições à devolução dos montantes.

Funcionários suíços negam estas acusações e alegam que os atrasos resultaram de critérios de monitorização adoptados em cooperação com o Banco Mundial, que tem estado a acompanhar de perto o processo.

Lilian Ekean Yawu, da organização Corrupção Zero da Nigéria, manifesta-se igualmente desapontada com a cooperação daquele país europeu em todo esse processo.

‘Bem, esgotaram as desculpas. De facto, nós criamos a coligação corrupção zero para seguir a pista do dinheiro e seu eventual uso. E desde então, eles têm estado a arrastar os pés. Portanto acredito que agora eles não têm nenhuma desculpa.’

O antigo ditador militar nigeriano, Sanni Abacha que chegou ao poder em 1993, através de um golpe de estado é acusado de ter roubado dos cofres do estado, e durante os cinco anos de sua governação, para cima de dois mil milhões de dólares, que foram depositados em bancos estrangeiros.

O presidente Oulsegun Obasanjo que foi eleito em 1999, tem desde essa altura batalhado para que os fundos delapidados do erário publico nigeriano, fossem devolvidos a Nigéria.

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