O representante das Nações Unidas para a Costa do Marfim, admitiu a possibilidade das eleições naquele país africano agendadas inicialmente para 30 de Outubro próximo, serem adiadas na ausência de condições para que decorram de forma livre e justa.
O alto representante da ONU, para as eleições na Costa do Marfim, o diplomata português, António Monteiro disse que a data de 30 de Outubro para as eleições marfinenses em muito menos importante do que as garantias necessárias em termos de condições, para que o processo possa decorrer de forma livre e justa.
Falando a Radio France Internacional, António Monteiro disse que, mesmo estando optimista acerca das eleições, existem ainda vários problemas para ser resolvidos.
O diplomata português realçou entre outros aspectos, os problemas de segurança e o atraso registado no processo de desarmamento dos antigos combatentes e apelou as partes signatárias do acordo de paz a acelerarem a implementação dos termos do acordo em questão.
António Monteiro encontra-se em Nova Iorque, para participar na sessão especial do Conselho de Segurança da ONU, sobre a Costa do Marfim, agendada para esta quarta feira.
As declarações do diplomata português, seguem-se ao anuncio dos rebeldes das Forcas do Norte de não aceitarem a data de 30 de Outubro, por não estarem reunidas as condições para que o acto venha a decorrer de forma transparente e livre.
Os rebeldes exigem, por outro lado, que o presidente Laurent Gbagbo se demita. O principal grupo da oposição, manifestou já a sua concordância com a posição dos rebeldes.
As eleições são consideradas cruciais para a fase de transição em curso na Costa do Marfim, saído de uma guerra civil que dividiu o país em duas partes.
O ministro da Reconciliação Nacional e proeminente membro do partido no poder na Costa do Marfim, Sebastian Dano Djedje insistiu na possibilidade das eleições virem a decorrer na data inicialmente prevista, ou seja 30 de Outubro próximo.
Aquele governante marfinense garantiu que se as eleições forem adiadas, o presidente Laurent Gbagbo, vai continuar em funções ate que o seu sucessor seja eleito.
Sebastian Djedje, ministro da reconciliação nacional garante que todas as condições para que as eleições venham a ter lugar em Outubro próximo estão reunidas, com excepção do processo de desarmamento.
Para aquele governante marfinense, o processo eleitoral deveria ser apoiado por todas as partes, desde que existam candidatos e eleitores disponíveis a votarem.
A Costa do Marfim, outrora um dos bastiões da estabilidade em África, mergulhou numa guerra civil que durou três anos e que deixou o país dividido, com os rebeldes a controlar o Norte e as forcas governamentais o Sul.