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A tensão voltou a aumentar na Costa do Marfim


A tensão voltou a aumentar na Costa do Marfim, depois do ex-chefe de estado maior das forças armadas marfinense, o general Mathias Doue ter ameaçado depor o presidente Laurent Gbagbo, caso este não se demita voluntariamente.

Numa entrevista dada no fim de semana a radio France Internacional, o ex-homem forte das forças armadas da Costa do Marfim, instou o presidente Gbagbo a abandonar o poder, como única forma de se chegar à paz naquele país da Afica Ocidental.

O general Doue garantiu que se a comunidade internacional não forçar o presidente Laurent Gbagbo a abandonar o poder, ele pessoalmente seria forçado a fazê-lo, com ou sem recurso a força.

O general Doue que se encontra refugiado num local não identificado, disse entretanto que vai regressar a Costa do Marfim, nos próximos dias.

O actual chefe das forças armadas marfinenses, o general Phillipe Mangou desvalorizou a ameaça de Doue, cujas declarações considerou ter indisposto os militares.

Na semana passada, uma carta atribuída ao general Doue e publicada pelo jornal estatal, Fraternite Matin, criticava o presidente Laurent Gbagbo e os seus mais próximos assessores de desejarem ver a Costa do Marfim de novo mergulhada numa guerra, e de pouco fazerem para a reunificação do país, dividido, com os rebeldes a controlarem o norte e as forças governamentais o sul.

O secretario geral do partido no poder, Miaka Queto condenou as declarações do general Mathias Doue que considerou de traidor.

Miaka Queto disse que o general Doue não foi apenas um simples soldado, mas igualmente o comandante das forças armadas, que preparou para combater o inimigo da Costa do Marfim, pelo que a sua atitude deve ser considerada um gesto de traição.

O porta voz dos rebeldes das Forças Novas, Sidiki Konate, garantiu que o seu grupo iria apoiar um eventual golpe de estado, que tivesse por propósito, a deposição do poder, do presidente Laurent Gbagbo.

Konate disse ainda que o presidente é o responsável pela guerra civil no país e pela criação de grupos de milícias que tem aterrorizado a população civil. Saliente-se que o governo do presidente Laurent Gbagbo tem negado estar a financiar as milícias.

Numa reunião em Pretória, África do Sul, as partes em conflito na Costa do Marfim, concordaram que as milícias deveriam ser desarmadas ate 20 de Agosto ultimo... para já um prazo que se expirou sem que para o efeito tivessem sido dados passos concretos nesse sentido.

O porta voz dos rebeldes, Sidiki Konate, já fez saber que os rebeldes não se vão desarmar, a menos que as milícias o façam primeiro.

‘Não podemos avançar para o desarmamento, porque todos nos concordamos que as milícias deveriam ser as primeiras a serem desarmadas, por não pertencerem a nenhum exército e pelo perigo que representam para o processo de paz .’

No novo acordo sobre o desarmamento, os três principais grupos de milícias na parte ocidental do país, concordaram em serem desarmados, num processo a ter inicio na próxima quarta feira.

O líder da Grande Frente de Libertação do Ocidente, Dennis Maho Glohefi disse que o seu grupo não é um grupo miliciano, mas sim cidadãos que se uniram em defesa própria.

Maho Glohefi salienta ainda que o seu grupo não se tinha desarmado até ao momento, por temerem ataques dos rebeldes e que a ameaça do general Mathias Doue, acaba por colocar em risco o processo de desarmamento no seu todo.

Para este líder miliciano, o seu grupo vai começar a desarmar-se assim que os capacetes azuis das Nações Unidas e da França, garantirem a segurança na parte ocidental do país.

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