Links de Acesso

O Conselho Sul - Africano das Igrejas tem estado à espera, desde o início de Agosto


O Conselho Sul - Africano das Igrejas tem estado à espera, desde o início de Agosto, que o governo do Zimbabwe aprove a importação de um carregamento de mais de 37 toneladas de ajuda humanitária.

Aquela ajuda destina-se aos zimbabweanos que recentemente perderam as suas casas e as suas lojas, na sequência de uma campanha de despejo desencadeada pelo governo.

Durante semanas, três camiões carregados de farinha, feijão, óleo alimentar e cobertores estão prontos a partir para o Zimbabwe, logo que haja autorização.

No dia 1 de Agosto, os camiões foram selados pela alfândega sul- africana e benzidos pelo arcebispo anglicano Njon-gon- kulu Ndugane. Mas, horas depois, o Conselho Sul - Africano das Igrejas foi informado pelo SACC (que está a coordenar a ajuda) que o governo do Zimbabwe exige prova de que a farinha de milho oferecida não foi produzida por cereais geneticamente modificados.

O governo do Zimbabwe recusou-se depois a aceitar um certificado passado pelo fornecedor, exigindo que fosse o governo sul-africano a fornecer um.

Esse documento foi passado vai para uma semana, mas um porta-voz da SACC, Ron Steele, afirma que o governo do Zimbabwe ainda não aprovou o carregamento.

”Infelizmente, as mercadorias estão agora retidas há mais de duas semanas devido a questões burocráticas. Tudo o quanto pedimos às autoridades zimbabweanas é autorização para importarmos os donativos sem pagar impostos e, até agora, tem sido uma luta para ultrapassar esta burocracia.”

Pearson Chiginji, o conselheiro político do Alto Comissariado do Zimbabwe em Pretória, disse à VOA que a necessária papelada para obter uma autorização de importação foi enviada para Harare. E, disse ele ainda, o pedido está a ser estudado com toda a atenção pelo governo. Mas recusou-se a dizer quanto tempo irá levar e recusou-se fornecer informações acerca dos seus contactos em Harare que pudessem esclarecer o caso.

O reverendo Steele afirma que milhares de pessoas têm sido atiradas para acampamentos totalmente improvisados, onde não há energia eléctrica ou acesso a água potável. Disse ele que os acampamentos que visitou, o governo limitou-se a fornecer retretes químicas e folhas de plástico para improvisar tendas. Segundo adiantou, são urgentemente necessários, comida e cobertores e que adiar aquela entrega está a causar uma grande frustração.

”Não quero dizer que o governo esteja a obstruir, mas eles estão a seguir a lei à risca e tornando as coisas muito, muito difíceis através do seu sistema burocrático. Sei que toda a gente está muito frustrada: os líderes da igreja, aqui e na África do Sul estão a ficar irritados em relação a esta demora e sei que expuseram o assunto às autoridades sul-africanas.”

No mês passado, a enviada especial da ONU, Anna Tibaijuka, emitiu um relatório sobre a forma como o governo do Zimbabwe despejou de suas casas 700 mil pessoas, que ficaram sem onde viver e sem as suas lojas improvisadas. Directa e indirectamente foram afectadas quatro milhões e 400 mil pessoas.

O governo do Zimbabwe elaborou o seu próprio relatório, de 45 páginas, rejeitando as conclusões a que chegou as Nações Unidas.

XS
SM
MD
LG