A criação de um sistema de aviso de tsunamis no Oceano Indico está já em curso. A reunião em Perth irá determinar quando é que o projecto começará a funcionar em pleno e o que é que ainda precisa ser feito.
Tanto o sistema provisório, como a versão final, é uma rede de sistemas de alertas separados, operados individualmente por países, incluindo a Tailândia, Indonésia, Sri Lanka e Índia.
A base desse sistema coordenado é um conjunto de sensores de alta tecnologia, medidores de ondas, mares e pressões marítimas. Os sensores transmitem hora a hora, fornecendo informações sobre o clima e outros dados científicos, constituindo um sistema de alerta rudimentar.
O sistema, imitando um já a funcionar no Oceano Pacifico, destina-se a evitar uma repetição do que aconteceu em Dezembro passado, quando um tsunami gerado por um tremor de terra ao largo da Indonésia - atingiu sem aviso - uma dúzia de países no Sudeste Asiático e na África Oriental. Mais de 200 mil pessoas morreram, muitas centenas de milhares ficaram sem tecto e a devastação foi enorme.
Patricio Bernal é o secretario executivo da Comissão Oceanográfica Inter governamental da Organização para a Educação, Ciência e Cultura das Nações Unidas (UNESCO), que está a coordenar o novo sistema de aviso. Bernal afirmou que o sistema requer pelo menos três grandes componentes.
“Um é a detecção, aquele de que estamos a falar agora, mas os outros dois são muito essenciais. Um diz respeito à avaliação do risco e isso tem de ser feito por cada um dos países da região e o terceiro elemento é, com certeza, o estado de preparação – preparação de emergência.”
Funcionários afirmam que o actual sistema provisório tem capacidade para detectar a presença de tsunamis.
Uma segunda mais sofisticada rede deverá estar completa no próximo mês de Julho. Isso envolverá a instalação de uma serie de instrumentos de medição de pressão no fundo do Oceano Indico que serão mais precisos e mais rápidos em detectar a aproximação e a direcção de um grande tsunami.
Mas Bernal nota que a detecção e o aviso de tsunamis terá pouco impacto se os países na rota da onda gigantesca não estiverem prontos para actuar depois de alertados.
“Não interessa ter um sofisticado sistema de aviso se não houver planos para preparar e evacuar populações, comunicar com elas, alertar as autoridades e coordenar a logística para mover as pessoas.”
Comunicações de confiança são também consideradas essenciais e os países banhados pelo Oceano Indico foram alertados para melhorar os seus sistemas de comunicações.