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Fome ameaça milhões de africanos


O programa alimentar mundial, PAM disse que a invasão de gafanhotos e a seca provocaram na África Ocidental uma situação de carência alimentar e desespero sobretudo na região do Shael, Niger, situação esta que embora se traduza em desespero só mereceu a atenção do mundo depois que a televisão se interessou.

O PAM estima que dois milhões e meio de pessoas no Níger precisem de ajuda alimentar urgente. Aquela agência da ONU observa que mais 2 milhões de pessoas espalhadas pela Mauritânia, Mali, e Burkina Faso correm também risco de passarem fome.

O seu porta-voz Simon Pluess disse que a situação de emergência que se vive nesta região ainda não chegou aos écrans da televisão que atrasar o engajamento da comunidade internacional. Adiantou que os fundos do PAM para programas de assistência estão muito abaixo das necessidades.

“É nossa responsabilidade assegurar que todos os países que tenham sido afectados pela seca e pela praga de gafanhotos não mergulhem uma crise da dimensão daquela que se assiste no Níger. Por isto devemos agir agora, em vez de esperarmos”.

Simon Pluess disse que o Mali vive uma situação de risco. Um milhão de malianos, ou seja 10 por cento da população do país está ameaçada por esta crise alimentar. O PAM lançou em fevereiro um apelo de ajuda estimado em 7 milhões e 300 mil dólares, tendo recebido apenas 3 milhões.

“O Mali vive em situação de déficit alimentar desde o ano passado e nós vimos falando disto desde Outubro . Chegamos agora ao pico das colheitas com os níveis de segurança alimentar em baixo. Isto tem levado a que as pessoas vendam os seus bens, ou emigrem para outras cidades”.

Uma sondagem sobre segurança alimentar levada a cabo pelo governo do Mali e pelo PAM em áreas afectadas registou índices de mal nutrição aguda na ordem dos 16 por cento. Simon Pluess disse que os casos mais sérios registam-se próximo da fronteira com a Mauritánia. Disse entretanto que se a comunidade internacional providencial assistência financeira ainda se vai a tempo de se salvar vidas.

Ao mesmo tempo, disse , o PAM tem sido forçado a recorrer as suas próprias reservas para comprar alimentos para as populações carentes.

O Programa Alimentar Mundial estima que 600 mil pessoas na Mauritânia tenham sido afectadas pela praga de gafanhotos, enquanto que outros tantos estejam a sofrer exclusivamente por causa da seca. Simon Pluess disse que os doadores têm sido generosos em relação aos apelos lançados pelo PAM, o que tem ajudado a combater a crise alimentar naquele país.

“Há entretanto áreas fronteiriças com o Malí que não são cobertas por estas operações, de tal maneira que a segurança alimentar nestas áreas atingiu níveis críticos, registando-se já índices elevados de mal-nutrição. O nosso objectivo agora é estender as nossas operações a estas áreas.”

O programa alimentar mundial disse que a situação no Burkina Fasso não é tão crítica quanto no Níger , Mali ou na Mauritânia. Porém nota que no ano passado cerca de 500 mil pessoas perderam as suas colheitas. Simon Pluess disse que o PAM está a reforçar a assistência a populações carentes ao mesmo tempo que está atento às áreas onde prevalece a escassez alimentar.

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