O Niger tem sofrido no ultimo ano de pouca pluviosidade, de pragas de gafanhotos, e fracas culturas. O resultado, como previsto há vários meses pelas organizações de ajuda internacional, a fome que ameaça agora cerca de dois milhões e meio de pessoas.
O jornalista Ousmane Toudou que visitou algumas das áreas mais afectadas refere ..
'Trata-se de uma verdadeira situação de catástrofe para a população do Niger … uma crise sem precedentes e os que mais sofrem são as crianças.'
Crianças de quatro anos de idade com feições de homens idosos, encontram-se famintas, tem os estômagos dilatados e os olhos encovados.
Apesar dos avisos iniciais para a necessidade do fornecimento de fundos de emergência feitos por parte do Gabinete da ONU para a Coordenação das Questões Humanitárias , os responsáveis adiantam que a resposta tem sido exígua.
Ute Kollies, o numero dois daquela agencia no Gabinete da África Ocidental adianta que foi recebido menos seis milhões dos 30 milhões de dólares necessários.
'Se tivermos em consideração aquilo que necessitamos para prestar ajuda e salvar uma criança muito desnutrida custa cerca de oitenta dólares ... Penso que a comunidade internacional , quem possa ajudar , deve prestar assistência...'
Kollies acrescenta que a situação actual e de extrema precariedade, em especial as crianças ... Crianças que normalmente pesam seis ou sete quilos pesam apenas três quilogramas. Num dos centros 14 crianças morreram de um grupo de sessenta e uma.
Ate há seis semanas atras o fundo de emergência não tinha recebido qualquer promessa de ajuda.
Alguns especialistas responsabilizam os enormes donativos que se seguiram ao maremoto de Dezembro passado, com a actual indisponibilidade por parte dos doadores para contribuírem agora.
As mesmas fontes sublinham que muitas das verbas que se destinavam a programas de ajuda a Africa foram desviadas para a assistencia ao maremoto.