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Uma equipa sancionada pelo governo


Uma equipa sancionada pelo governo indonésio que examinou as condições em que ocorreu o assassinato de um destacado activista dos direitos humanos, conclui uma investigação de seis meses, acusando elementos da Agencia Nacional de Serviços Secretos de envolvimento no caso.

A equipa refere num relatório de uma centena de paginas que elementos daquela agencia conhecida pela sigla BIN terá ajudado a planear o assassinato do activista de direitos humanos de 38 anos de idade, Munir Said Thalib.

A morte de Munir no decurso de uma viagem de avião para a Holanda, em Setembro passado, foi inicialmente atribuída a um ataque de coração, mas uma autopsia revelou ter morrido de um maciço envenenamento por arsénico.

Asmara Nababan, o presidente da equipa de investigação foi criada pelo presidente Susilo Bambang Yudhoyono para apoiar a investigação policial. Segundo a fonte a equipa não foi capaz de determinar o papel exacto desempenhado pelos operacionais dos serviços secretos, e se a própria agencia esteve, ou não, envolvida.

“No nosso relatório apresentamos varias indicações de envolvimento de elementos do BIN ... destacamos igualmente que não conseguimos avaliar do envolvimento ao nível individual ou institucional ...”

Munir tornou-se conhecido em 1998 ao investigar os desaparecimento de activistas pró democracia – alegadamente as mãos das forças especiais indonésias, conhecidas por Kopassus. Viria a falecer a bordo de um aparelho da transportadora área indonésia, pouco antes de aterrar em Amsterdão.

Acredita-se que Munir foi envenenado a bordo durante o voo. Dois elementos do pessoal de cabina que lhe serviram as refeições foram identificados como suspeitos, bem como um piloto da transportadora que havia cedido a Munir o seu lugar na Classe Executiva, durante a ligação entre Jakarta e Singapura.

O piloto que não se encontrava de serviço, estava a bordo por razões que não foram explicadas. A autorização de viajar de que era portador, emitida pelo vice-presidente da segurança da transportadora área, tinha sido dactilografada e assinada mais de uma semana após a morte de Munir.

Ninguém foi até este momento formalmente acusado do assassinato.

O presidente da equipa de investigação, Asmara adiantou que a agencia de informação teve relutância em permitir acesso a documentos importantes, e que um antigo director da BIN recusou-se a ser questionada.

Isto, associado com o que a equipa descreve como deficiente actividade da policia que procedeu a investigação, levou a recomendação por parte do Presidente Yudhoyono a constituir uma equipa de inquérito.

“Vamos recomendar que seja considerada a formação de uma comissão de acompanhamento dos dados encontrados e especialmente com poderes para investigar a BIN.”

O mandato de seis meses da equipa expira esta quinta feira.

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