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EUA Oferece Ajuda Alimentar à Coreia do Norte


Os EUA anunciaram que vão fornecer 50 mil toneladas métricas de alimentos à Coreia do Norte. O Departamento de Estado anunciou que a decisão foi baseada nas necessidades e não para tentar atrair a Coreia do Norte para participar nas conversações multi-laterais sobre o seu programa nuclear.

O anúncio surge por entre sinais de que a Coreia do Norte poderá estar a preparar-se para regressar às conversações patrocinadas pela China, que se encontram num impasse há um ano devido à ausência dos norte-coreanos.

Mas, funcionários no Departamento de Estado, em Washington, insistem que o fornecimento dos novos alimentos se baseia unicamente na avaliação das necessidades feita pela ONU, a par das promessas da Coreia do Norte - feita ao Programa Alimentar Mundial, o PAM - de fazer a distribuição da comida de uma forma transparente.

Preocupações acerca do desvio da ajuda alimentar para os militares norte-coreanos ou para outros sectores privilegiados da sociedade que não necessitam dessa ajuda tem sido uma questão crónica desde que os EUA começaram a fornecer ajuda aquele país, em meados dos anos 90, correspondendo ao pedido de ajuda lançado devido à fome provocada pelas cheias.

Durante uma conferência de imprensa, o porta-voz adjunto do Departamento de Estado, Adam Ereli, disse ter sido feitos, recentemente, avanços no sentido de uma maior transparência e que o governo norte-coreano comunicou ao PAM que está a rescindir as restrições relativamente à monitorização, por parte de estrangeiros, da distribuição de alimentos, uma exigência que havia sido imposta no fim do ano passado.

Disse Ereli que ”o PAM está a tentar implementar uma nova forma de monitorizar do processo de entrega por forma a detectar facilmente quaisquer desvios. O PAM refere que, até agora, a Coreia do Norte está a cooperar com a nova iniciativa, estando a anular as restrições recentemente impostas”.

Num comunicado por escrito, o Departamento de Estado americano afirma que, mesmo que o novo sistema de monitorização do PAM esteja totalmente posto em prática, ainda assim não corresponderá aos padrões humanitários internacionais de acesso.

E nota que os EUA voltaram a exortar o governo norte-coreano a melhorar o acesso da ajuda humanitária, adiantando que as presentes restrições continuam a limitar seriamente a capacidade internacional de determinar a ordem de grandeza das necessidades alimentares e os locais mais vulneráveis.

O objectivo destas novas 50 mil toneladas de ajuda é o de aliviar o sofrimento do povo da Coreia do Norte, apesar das preocupações dos EUA acerca das políticas do governo de Pyongyang.

A decisão americana foi tomada na sequência da advertência feita pelo PAM, em Maio, de que poderia cortar toda a ajuda à Coreia do Norte até Outubro, caso não tivesse novos donativos para distribuir. Aquela agência da ONU fornece a maior parte da alimentação consumida por mais de seis milhões de pessoas na Coreia do Norte, cerca de um quatro da população daquele país.

Recorda-se que, em 2003, os EUA forneceram cem mil toneladas de ajuda alimentar à Coreia do Norte, em duas ”tranches”. Os EUA têm sido o maior doador individual de ajuda alimentar à Coreia do Norte durante os últimos dez anos, muito embora essa ajuda tenha diminuído a partir de 1999, altura em que Washington estavam a fornecer 700 mil toneladas de alimentos por ano.

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