Links de Acesso

Bush e Blair querem cancelar dívida africana


O presidente Bush e o primeiro-ministro Tony Blair afirmam estar na iminência de chegar a um acordo sobre o alívio da dívida de África. Na sequência da mini-cimeira realizada na Casa Branca Bush e Blair concordaram, aparentemente, em discordar sobre aspectos chave do plano de ajuda que o líder britânico irá propor perante a Cimeira dos G-8, que se realiza em Julho próximo na Escócia.

Tony Blair fez da ajuda a África uma prioridade para a cimeira dos G-8 e propôs um plano massivo de assistência, exortando as outras nações ricas a apoiá-lo.

O presidente Bush afirma concordar com o objectivo de erradicar a pobreza. Mas, numa conferência de imprensa conjunta realizada na Casa Branca, os líderes americano e britânico tornaram claro que ainda persistem diferenças no que toca aos pormenores.

O presidente Bush afirma que apoia Blair no que toca à necessidade de cancelar a dívida dos países mais pobres, combinada com passos a dar no sentido de proteger as instituições financeiras internacionais de sofrerem maiores perdas.

Disse Bush: ”Os nossos países estão a desenvolver uma proposta a apresentar aos G-8 que irá eliminar cem por cento da dívida, fornecendo recursos financeiros que preservem a integridade financeira do Banco Mundial e do Banco Africano para o Desenvolvimento.”

Mas, o presidente americano tornou também claro que não apoia um aumento significativo do nível da ajuda directa dos EUA a África, sublinhando que já pôs em prática grandes programas para o combate da SIDA, para promover o comércio e para recompensar os países pobres que ponham fim à corrupção e que implementem reformas políticas.

Não obstante essa posição, Bush anunciou uma ajuda da ordem dos 674 milhões de dólares de ajuda, que se destinava a acorrer a situações potenciais de emergência em todo o mundo, e que foram desviadas para satisfazer necessidades humanitárias urgentes em África.

”Uma dessas emergências é a crescente situação de fome no Corno de África”, disse Bush, acrescentando que, ”em resposta a esta necessidade, 414 milhões de dólares desses recursos adicionais serão usados para combater a fome naquela zona”.

Por dizer ficou a persistente oposição de Bush à proposta britânica de financiar novos programas de ajuda, emitindo acções nos mercados de capitais. Essencialmente, os países pobres seria capazes de fazer empréstimos a curto prazo com base na garantia de ajuda futura por parte dos principais doadores.

Falando aos jornalistas depois das conversações na Casa Branca, o primeiro-ministro Tony Blair sublinhou os aspectos positivos. E disse que estão a ser feitos progressos no que toca ao alívio da dívida, muito embora muito mais necessite de ser feito no que toca ao pacote de ajuda a África.

Numa palavra, disse Blair, é um desejo real e comum de ajudar o povo africano.

Disse Tony Blair: ”Numa situação onde, literalmente, milhares de crianças morrem todos os dias de doenças que se poderiam evitar, é nosso dever actuar e nós iremos faze-lo.”

Uma outra questão, que os britânicos querem colocar no topo da agenda dos

G-8 é a questão das mudanças climatéricas. Mas, depois das suas conversações com o presidente Bush, Tony Blair reconheceu que cada um dos líderes perfilha uma abordagem diferente: ”Penso que todos sabemos existir diferentes perspectivas sobre esta questão. Mas, acrescentou, também penso ser cada vez mais óbvio, qualquer que seja a perspectiva e qualquer que seja o ângulo com que se veja esta questão, há um empenhamento comum e o desejo de enfrentar os desafios das mudanças climatéricas, da segurança energética e do abastecimento de energia”.

Outras questões debatidas durante o encontro Bush-Blair incluíram o processo de paz no Médio Oriente e a guerra contra o terrorismo no Iraque.

Este foi o primeiro encontro do género desde que o primeiro-ministro Blair foi reeleito no mês passado, muito embora o seu Partido Trabalhista tenha saído do processo com uma maioria reduzida no Parlamento.

XS
SM
MD
LG