Links de Acesso

O Sudão  aposta na paz


Emanuel Bojo, comerciante de Rumbek, uma cidade mercantil no Sudão o frequentada e ruidosa, reflecte sobre o que irá significar a paz para o seu estabelecimento comercial, que abriu há cinco anos:

Diz ele : ``Tudo está a melhorar agora. As ruas e mais o resto da cidade estão a melhorar ainda mais ,talvez quando for assinado o acordo de paz, tanto para todos nós os sudaneses que viemos de fora, como para os que se mantiveram aqui``.

Emanuel Bojo diz que entre os clientes que frequentam a sua loja, a maior parte são os retornados que tinham fugido da guerra que agora regressam a Rumbek. Bojo está convencido que as ruas da cidade restauradas ajuda os investimentos estrangeiros, irão tornar mais frequentes as visitas dos fregueses ao seu estabelecimento.

O governo sudanês e o Movimento de Libertação do Povo Sudanês, assinaram em Janeiro passado o acordo de paz. Desde então, investidores vêm estabelecer-se em Rumbek, até agora uma vila isolada, onde havia um pouco mais do que palhotas onde alguns dos seus habitantes residiam.

Lynn Lury, gerente do hotel AFEX, situado na vizinhança do aeroporto de Rumbek, afirma que, até há cerca de um mês, os seus hóspedes eram quase todos trabalhadores de ajuda às vitimas da guerra, mas que agora homens de negócios da China ,Coreia, Japão e do Quénia, estão na cidade e frequentam o seu hotel. Há muito futuro agora no sul do Sudão, disse ainda.

Outra companhia, há pouco registada em Rumbek ,é a Civicon Limitada, queniana, recentemente contratada pelo Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas, que vem reparar e expandir as pistas do aeroporto de Rumbek, perto do qual estão situados também os escritórios dos Serviços de Viagens da Companhia Bunson e do East African Safari Air Service, dos Serviços de Safari do Quénia, assim como o Banco Comercial do Nilo.

O director das operações deste estabelecimento financeiro, Sanson Ephrain, disse à Voz da América que, dos cerca de 356 accionistas do banco, 348 são sudaneses, o primeiro grupo de sudaneses do Sul que tem acesso a instituições bancárias para a promoção do desenvolvimento desta zona do país.

Disse ainda que existem agora oportunidades de empréstimos de grande magnitude por forma a ter acesso a mercadorias que anteriormente estavam longe do seu alcance, tanto para si próprios como para milhares doutros sudaneses que podem agora adquirir objectos de utilidade doméstica agora, ao alcance de todos.

Todavia, Fernando Colombo, missionário comboniano, afirma ser de opinião que não se está a fazer ainda o suficiente para ajudar os sudaneses, em particular as camadas pobres de Rumbek.

Diz ele que há dinheiro, e que há projectos. Mas, tudo isto pode não estar a beneficiar os mais pobres. Há uma mentalidade de negócios e projectos, mas a menos que sejam envolvidas as camadas mais baixas, por exemplo, na construção e manutenção das ruas, depois de um ano tudo estará na mesma...

Muitos líderes do Movimento para a Libertação do Sudão são de opinião de que os investidores estão a precipitar-se quando vêm investir no Sul do país antes de serem criadas as estruturas legislativas apropriadas. , líder do Movimento de Libertação do Povo do Sudão do Sul, disse que a criação de um ambiente próprio para investimentos de negócios no Sul, é uma grande prioridade: ``Deve haver uma autoridade para os futuros investimentos, agora na fase de planeamento. Parte das infra-estruturas governamentais, será o estabelecimento dos regulamentos necessários, por exemplo, para os investimentos estrangeiros.

Garang disse ainda que, durante mais de 22 anos, não se estava a fazer mais nada do que olhar para espingardas e a fazer a guerra.

XS
SM
MD
LG