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Um crescimento económico mais acelerado das economias dos países pobres


O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional reconheceram que mais ajuda, e um crescimento económico mais acelerado das economias dos países pobres, serão necessários para que se atinja as metas preconizadas no quadro dos objectivos do milénio, que prevê a redução da pobreza para metade, até finais da próxima década.

As duas instituições financeiras, sediadas aqui na capital Washington, realçam que as medidas tendentes à redução da pobreza tem sido alvo de resultados diferenciados a nível mundial, com as economias asiáticas a experimentarem algum progresso e as africanas a ficarem para trás.

Ao ritmo do crescimento económico actual, e de acordo com o relatório conjunto do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, dificilmente a África conseguiria atingir os objectivos de redução de pobreza, para metade nos próximos dez anos.

Recorde-se que a redução da pobreza, ficou definido como o principal objectivo durante a cimeira do milénio organizada a cinco anos atras, pelas Nações Unidas.

"Os rendimentos reais per capita estagnaram em África desde meados dos anos 70... mas a apartir dos 90 o crescimento tem vindo a aumentar estando de momento no seu nível mais alto dos últimos oito anos. De qualquer modo, apenas sete países com uma população total de menos de um quarto de toda a África Subsaariana e que vão conseguir alcançar, com base na tendência actual, os objectivos da redução da pobreza."

Na sua intervenção na conferencia, Paulo Gomes, director executivo do Banco Mundial, para a Guine Bissau, manifestou-se pessimista quanto à possibilidade desse cenário vir a concretizar-se.

Gomes disse que mesmo que a ajuda bilateral a África for aumentado dos dez mil milhões de dólares, para 30 mil milhões de dólares ao ano,seria mesmo assim quase que impossível, atingir as metas preconizadas no quadro dos Desafios do Milénio.

"A Alemanha teve que despender 150 mil milhões de dólares nos últimos quinze anos para melhorar a antiga Alemanha do Leste. Como seria possível melhorar um continente por inteiro, com apenas 10 mil milhões de dólares ? Como seria isso possível ?"

Paulo Gomes manifestou-se igualmente pessimista quanto à possibilidade dos países ricos virem a desmantelar os subsídios agrícolas que beneficiam os seus produtores mas que afectam sobremaneira os produres agrícolas africanos.

Zia Qureshi, conselheiro do Banco Mundial e que por sinal participou na preparação e na supervisão do relatório, assume-se um pouco mais optimista..

Este funcionário do Banco Mundial, diz acreditar na possibilidade dos países ricos virem a aumentar a sua ajuda ao desenvolvimento.

"A duplicação das ajudas ao desenvolvimento está ao alcance. Representa apenas zero ponto dois por cento do produto nacional bruto dos países de altos rendimentos, e menos de um décimo do que devotam aos gastos militares."

De realçar que a implementação dos Objectivos do Milénio estará na agenda de prioridades da cimeira dos lideres das nações mais industrializadas do mundo, mais a Rússia, o conhecido Grupo dos 8, cimeira essa agendada para o próximo mês de Julho e em que os lideres dos países mais industrializados terão por anfitrião, o primeiro ministro britânico, Tony Blair.

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