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Governo angolano acelera atribuição de subsídio de combustível para evitar mais protestos, que já deixaram oito mortos


Agentes da polícia monitoram o fluxo de passageiros para os taxis, em Luanda.
Agentes da polícia monitoram o fluxo de passageiros para os taxis, em Luanda.

Os constantes protestos de taxistas e mototaxistas nas províncias angolanas da Huila e Huambo devido ao aumento do preço da gasolina forçaram uma reunião entre a Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANAT) e a Agência Nacional de Transportes Terrestres, na qual o departamento governamental garantiu imprimir uma maior celeridade na emissão dos cartões multicaixa a taxistas, mototaxistas e pescadores com meios licenciados, que serão carregados com um saldo mensal ou semanal.

Estas medidas, anunciadas pelo secretário de Estado para os Transportes Terrestres, Jorge Bengue Calumbo, visam mitigar o impacto negativo do aumento do preço da gasolina, cujo litro passou de 160 para 300 kwanzas o litro.

O presidente da ANATA, Francisco Paciência, mostra-se optimista com a estratégia do Executivo de atribuir de cartões multicaixa aos taxistas

“Ficou a promessa de que a produção subiria a 500 cartões por dia, a ser verdade vamos ter a situação estabilizada”, disse Paciência.

Por seu lado, Alberto Quengue, administrador da área de Operações da Agência Nacional de Transportes Terrestre de Angol, informou que há "duas entidades bancárias envolvidas na emissão dos mesmos".

Entretanto, Nelson Francisco, ex-funcionário bancário, alerta para os problemas que a banca vive.

"Se for analisar, boa parte dos nossos bancos tem dificuldades na entrega de cartões multicaixa para os seus clientes, por dia eles são capazes de emitir de 30 a 50 cartões, para os bancos isso não é possível”, garantiu Francisco, quem não tem dúvidas de que a emissão destes cartões poderá ser alvo de fraude e clonagem.

“A partir do momento em que você começa o processo de forma "inviesada" você abreuma brecha para que muito disso possa acontecer", acrescentou.

Tumultos no Huambo e na cidade do Lubango

Na província do Huambo, na segunda-feira, e da Huíla, ontem, registaram-se protestos violentos devido ao aumento do preço da gasolina.

No Huambo, houve o registo de oito mortos, oito feridos e mais de 30 detenções, ao passo que na Huila foram detidos 53 cidadãos, dos quais nove implicados no incêndio de um autocarro que transportava passageiros e um camião de marca Caio, na cidade do Lubango.

O Comando Provincial do Huambo da Polícia Nacional disse que os tumultos começaram por volta das sete horas, protagonizados por taxistas e mototaxistas.

Nota: Este texto foi actualizado posteriormente.

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