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Etiópia: Declarado cessar-fogo no Conflito de Tigray


Acordo de cessar-fogo na Etiópia (da esq. para a dir) Redwan Hussein, pelo governo etíope, Olusegun Obasanjo enviado da UA e Getachew Reda da TPLF (Africa do Sul, 2 Novembro 2022)
Acordo de cessar-fogo na Etiópia (da esq. para a dir) Redwan Hussein, pelo governo etíope, Olusegun Obasanjo enviado da UA e Getachew Reda da TPLF (Africa do Sul, 2 Novembro 2022)

O ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo chefiou as conversações lideradas pela União Africana para pôr fim à guerra de 2 anos no norte da Etiópia

O governo da Etiópia e os líderes da região de Tigray (TPLF) do país concordaram com um cessar-fogo na quarta-feira, após uma semana de conversações de paz na África do Sul. O cessar-fogo, se se mantiver, porá fim a uma guerra civil de dois anos que devastou grande parte do norte da Etiópia.

O ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, que mediou as conversações lideradas pela União Africana, anunciou o acordo nesta quarta-feira na capital sul-africana, Pretória.

Obasanjo felicitou ambas as partes por concordarem com a cessação das hostilidades, desarmamento, bem como com o restabelecimento do acesso humanitário à região norte do país.

As Nações Unidas e os Estados Unidos foram observadores nas conversações que tiveram início na semana passad

O conflito entre o governo etíope e a TPLF começou há dois anos, com cada parte a culpar a outra por ter iniciado a violência.

Crise no Tigray, Etiópia (arquivo, Maio 2021)
Crise no Tigray, Etiópia (arquivo, Maio 2021)

As raízes do conflito remontam há quase três décadas.

A TPLF dominou a coligação governamental do país até 2018, quando perdeu o poder a nível nacional.

O actual governo liderado pelo Primeiro Ministro Abiy Ahmed acusou a TPLF de tentar restaurar o seu domínio nacional, enquanto a TPLF acusa o governo de tentar oprimir a Tigray, onde o partido mantém um bastião.

Nenhum dos lados confirmou números de baixas, mas os observadores dizem que o conflito matou centenas de milhares de pessoas, incluindo muitos civis.

A ajuda humanitária tem sido largamente bloqueada para chegar à região, e as Nações Unidas estimam que mais de 5,2 milhões de pessoas em Tigray enfrentam uma extrema insegurança alimentar. Também não têm acesso a medicamentos e outros recursos vitais.

Um cessar-fogo foi anteriormente decretado em Março, mas esse acordo entrou em colapso em Agosto.

Desde então, a pressão internacional tem vindo a aumentar para que as partes beligerantes silenciem as armas.

Embora se trate de um conflito civil, os seus efeitos têm-se multiplicado por todo o Corno de África. As forças eritreias tinham entrado em território etíope para apoiar o governo nacional.

Refugiados que fugiam dos combates esplaham-se em países vizinhos como o Sudão.

O acordo é apenas o início do processo de paz, diz Obasanjo, e permitirá que a região devastada comece a reconstrução.

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