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Benguela: Polícia faz disparos para dispersar manifestantes


Protestos de enfermeiros excluídos do exame de admissão, Benguela, Angola
Protestos de enfermeiros excluídos do exame de admissão, Benguela, Angola

A polícia disparou hoje tiros para o ar para tentar dispersar enfermeiros que se manifestavam em frente ao Museu Nacional de Arqueologia, onde o governador provincial, Luís Nunes, dava posse a membros do seu Governo recentemente nomeados.

Os enfermeiros há várias que se têm vindo a manifestar-se em diversos pontos da cidade contra o que dizem ser uma burla no processo de admissão de funcionários.

Pelo menos 200 enfermeiros, estão excluídos dos exames de acesso ao Ministério da Saúde (MINSA), a partir de sexta-feira, após terem feito a entrega de documentos que custaram cerca de 30 mil kwanzas, acima de 50 dólares norte-americanos.

Polícia dispara para travar enfermeiros em protestos no empossamento do Governo de Benguela
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Hoje, 22, quando o governador estava na ponta final do seu discurso ouviam-se manifestantes a pedir acesso aos exames ou devolução do dinheiro aplicado no processo de inscrição.

A Polícia efectuou vários disparos para o ar, tendo vários agentes perseguido os técnicos de saúde.

Há registos de detenções, mas não se sabe o número.

Enquanto decorria o alvoroço, Luís Nunes permanecia no Museu de Arqueologia, a perto da sede do Governo, em companhia dos seus seguranças e à conversa com colaboradores directos.

No período da manhã, os enfermeiros tinham já barricado uma rua, chegando a retardar a circulação de viaturas, incluindo uma ambulância que estaria a transportar pacientes para o Hospital Geral de Benguela

Isso foi defronte às instalações da TV Zimbo, posteriormente protegidas por agentes da Polícia.

Ontem registou-se uma carga policial e disparos de gás lacrimogéneo. Vários agentes da Polícia Nacional, montaram um cordão de segurança para impedir que os técnicos excluídos dos exames de acesso ao Ministério da Saúde chegassem ao Governo Provincial.

Antes disso registaram se confrontos no Gabinete de Saúde onde foi utilizado o g’as levando alguns dos manifestantes ao hospital.

Pedro Cataya Nunes, um dos porta-vozes do grupo.disse que as manifestações vão continuar.

“Vamos até às últimas consequências, sem medo de ninguém, até porque ninguém roubou”, disse.

“Infelizmente, mandaram um batalhão de polícias para nos intimidar, mas a Polícia deve saber que é segurança do povo”, disse.

A VOA tentou obter a versão do Comando Provincial da Polícia Nacional, contactando o seu porta-voz, Ernesto Chiwale, mas sem sucesso.

Sobre o assunto que dá azo a estas manifestações, o director do Gabinete Provincial de Saúde, António Manuel Cabinda, explicou, em conferência de imprensa, que foram detectadas irregularidades em documentos, mas admitiu que os injustiçados possam ser atendidos.

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