20 Jul (Reuters) - A produtora de pedras preciosas Gemfields informou nesta quarta-feira um ataque perto de sua mina de rubi, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, mas disse que as operações não foram interrompidas.
Uma insurgência ligada ao Estado Islâmico em Cabo Delgado já custou milhares de vidas desde que eclodiu em 2017, interrompendo projectos multibilionários de gás natural e mineração.
A Gemfields, cuja Montepuez Ruby Mining Limitada (MRM), produziu 83.990 quilates de rubis premium em 2021 e gerou US 827,1 milhões em vendas desde 2014, disse que o ataque ocorreu a 13 de julho.
"O ataque teria ocorrido na área da vila de Muaja, que fica a cerca de 30 quilómetros, por Estrada, da MRM. Um grande número de pessoas está a mudar para Nanhupo e Namanhumbir, onde as operações de mineração estão localizadas", disse a Gemfields.
O ataque foi mais próximo da mina do que os incidentes anteriores, disse a empresa, acrescentando que as operações não foram interrompidas, mas continuaram com "vigilância aumentada".
Os ataques afectaram recentemente outras empresas de mineração na região. Em junho, a Triton Minerals TON.AX, listada na Austrália, reportou um ataque contra o seu projecto de grafite, em Ancuabe, enquanto a Syrah Resources SYR.AX suspendeu brevemente a logística e o movimento de pessoal, após ataques perto da sua principal rota de transporte.
Organizações não governamentais e meios de comunicação social moçambicanos, que monitoram a insurgência, reportam que há um empurrão para oeste dos insurgentes, que teriam decapitado dois homens que trabalhavam nos campos fora de Muaja, a menos de 10 quilómetros da fronteira distrital com Montepuez.
Os países da África Austral, que juntamente com o Ruanda enviaram tropas a Moçambique, no ano passado, para ajudar a combater a insurgência, concordaram,se mana passada, em prolongar o seu destacamento por mais um mês.
