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Manica: População reforça cobertura de casas para enfrentar a tempestade tropical Ana


Nesta imagem de arquivo, Inundações em Manica, Moçambique, 2017
Nesta imagem de arquivo, Inundações em Manica, Moçambique, 2017

Autoridades preparam grupos de resposta

Centenas de pessoas procuraram por lonas nos mercados informais de Chimoio, na província central de Manica, para reforçar a coberturas de casas e improvisar abrigo face à aproximação da tempestade tropical Ana, que deve atingir o continente nesta segunda-feira, 24.

A depressão atmosférica, a primeira desta época ciclónica no sudeste do Oceano Índico, intensificou-se no domingo, tendo danificado infraestruturas em Angoche, distrito costeiro da província de Nampula.

Os seus efeitos começaram a ser sentidos, no início desta segunda-feira, em distritos de Manica.

Manica: População reforça cobertura de casas para enfrentar a tempestade tropical Ana
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Fátima Rodrigues, camponesa de Chimoio, contou à VOA que os últimos dois ciclones que atingiram o centro de Moçambique, Idai e Eloise, deitaram abaixo a sua casa precária no bairro de Nhamaonha, um subúrbio de Chimoio.

“O ciclone Idai arrancou-me o tecto e vivi por muitos meses numa barraca improvisada”, crecordou Rodrigues, e quando “tentava reerguer o tecto, o ciclone Eloise deitou abaixo as paredes”.

“Estou com muito medo de voltar a viver ao relento”, disse Rodrigues.

Um outro morador, Altino Júlio, disse à VOA que receia que a casa não resista à nova pressão de ventos ciclónicos, e adquiriu plástico para reforçar a cobertura.

“Já tivemos orientação para colocar sacos de areia no tecto da casa para garantir que não venha a sair quando o vento chegar, mas porque o plástico de cobertura já estava desgastado vim adquirir mais um para reforçar a cobertura”, disse Júlio.

Zonas de risco

A Cruz Vermelha Internacional lançou na sexta-feira (21), um alerta para o risco de que a tempestade tropical, com chuva intensa e rajadas de vento até 120 quilómetros, venha provocar inundações que podem afectar entre 25 a 300 mil pessoas.

Entretanto, as autoridades em Manica reactivaram 89 comités locais de gestão de risco de desastre, além de 12 conselhos distritais, que coordenam os riscos de desastres e sensibilizam as famílias para se retirarem das zonas de risco.

Ainda segundo o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) em Manica, nesta época chuvosa, que começou em Outubro e termina em Março, 874 pessoas foram severamente afectadas. Mais de 150 casas foram destruidas e 1078 alunos terão o arranque do ano lectivo comprometido devido à perda de 15 salas de aulas.

“Decorrente das chuvas acompanhadas de ventos fortes, foram registados três óbitos,” disse Vernito Gonga, responsável pelo departamento técnico de gestão de desastres no INGD.

Gonga disse igualmente que foram posicionadas duas embarcações, uma em Sussundenga e outra em Tambara, distritos vulneráveis, e outras duas embarcações da Cruz Vermelha de Moçambique serão realocadas noutros distritos.

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