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Nyusi deve ser investigado por alegadamente ter recebido um milhão de dólares das “dívidas ocultas”, diz Adriano Nuvunga


Filipe Nyusi na campanha eleitoral, Outubro de 2019.
Filipe Nyusi na campanha eleitoral, Outubro de 2019.

"...Não era necessariamente uma simples doação, mas um suborno para influenciar o futuro Presidente da República de Moçambique," considera o investigador Borges Nhamire.

O activista dos direitos humanos Adriano Nuvunga defende uma investigação e posterior responsabilização do actual Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, alegadamente, por ter recebido da Privinvest, um milhão de dólares, depois de a empresa ter concluido negociações com o Governo, em 2014, que deram origem às dívidas ocultas.

Nyusi deve ser investigado por alegadamente ter recebido um milhão de dólares das “dívidas ocultas”, diz Adriano Nuvunga
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A Privinvest e o seu fundador, o bilionário franco-libanês, Iskandar Safa, afirmam, em documentos submetidos a um tribunal de Londres, terem efectuado pagamentos a Filipe Nyusi e outros altos funcionários moçambicanos, no âmbito do processo das dívidas ocultas.

Para o director do Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), Adriano Nuvunga, é problemático que o Presidente da República esteja a ser acusado de ter recebido esse valor, resultante das dívidas que afundaram o país.

Avançou que "é preciso responsabilizar o Presidente da República por ter recebido esse valor; é verdade que ele terá recebido antes do seu mandato presidencial, mas ele tem que ser investigado para quando terminar o mandato ser responsabilizado por isso".

Suborno

Para além desse alegado pagamento de um milhão de dólares a Filipe Nyusi, como contributo para a sua campanha presidencial, a Privinvest terá também pago à Frelimo mais de 10 milhões de dólares para financiar campanhas.

Entretanto, o investigador do Centro de Integridade Pública (CIP), Borges Nhamire, diz que do ponto de vista legal, este processo envolvendo Filipe Nyusi, "pode não ter por onde pegar, porque ele terá recebido esse valor antes de ser Chefe de Estado, pois ele não pode ser constituído arguido por actos que tenha cometido antes do início do seu mandato".

"Mas do ponto de vista político, esta doação é muito problemática, porque foi feita de forma escondida e o dinheiro não foi depositado na conta do gabinete de eleições da Frelimo, mas foi mandado para o exterior, e isso leva ao entendimento de que não era necessariamente uma simples doação, mas um suborno para influenciar o futuro Presidente da República de Moçambique", realçou aquele analista.

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