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Protestos violentos contra o racismo alastram-se pelas ruas dos Estados Unidos


Polícias perto da Casa Branca, em Washington
Polícias perto da Casa Branca, em Washington

Dezenas de milhares de manifestantes encerram as ruas dos Estados Unidos no domingo, 31, com manifestações pacíficas contra mortes de negros por polícias, ofuscadas pela agitação que rapidamente devastou partes de várias cidades, da Pensilvânia, na costa leste, à Califórnia, na costa oeste.

No centro dos protestos, a morte de um negro George Floyd por um polícia branco em Minneapolis, no Estado de Minesota.

Imagens de protestos na América
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Autoridades municipais e dos diversos Estados enviaram milhares de soldados da Guarda Nacional, decretaram recolher obrigatório e suspenderam os sistemas de transporte coletivo, mas nem assim a violência foi evitada.

Manifestantes em Filadélfia atiraram pedras e cocktails molotov contra a polícia, disseram autoridades, enquanto multidões mascaradas invadiram e saquearam lojas de luxo num subúrbio de São Francisco o mesmo acontecendo em Nova Iorque.

Em Minneapolis, o motorista de um camião avançou sobre uma multidão de manifestantes.

Em Washington, as tensões aumentaram nos arredores da Casa Branca, com a polícia a usar gás lacrimogéneo e granadas contra uma multidão de mais de mil manifestantes, que entoavam cânticos do outro lado da rua no Lafayette Park.

Seguiram-se atos violentos com manifestantes a atear fogo num edifício.

Toda a Guarda Nacional da capital, cerca de 1.700 soldados, foi chamada para ajudar a controlar os protestos, de acordo com dois funcionários do Departamento de Defesa que pediram o anonimato porque não estavam autorizados a pronunciar-se sobre o assunto.

Em Salt Lake City, um dos principais ativistas contra a violência policial, condenou a destruição de propriedades, mas disse que prédios queimados não têm o valor da morte de homens negros como Floyd.

"Este país têm de sentir que estamos cansados de ver a polícia assassinar homens negros desarmados", sublinhou Lex Scott, fundador do Black Lives Matter, em Utah, acrescentando que "talvez da próxima vez que um polícia branco decidir puxar o gatilho, ele imagine cidades em chamas".

Trump reage

No entanto, milhares ainda marcharam pacificamente, com alguns a pedir o fim dos incêndios, vandalismo e roubos porque, sustentam, essa prática deita por terra os pedidos de justiça e reforma.

À medida que os protestos cresciam, o Presidente Donald Trump publicou um comentário no Twitter do comentador conservador Buck Sexton, que pediu "força esmagadora" contra manifestantes violentos.

Dados avançados pela Associated Press indicam que pelo menos 4.400 pessoas foram detidas em seis dias de manifestações em todo o país.

A origem

Os protestos irromperam em todo o país depois de na segunda-feira, 25, um polícia branco ter provocado a morte de um ex-segurança negro, George Floyd, em Minneapolis.

Ele foi detido alegadamente por tentar comprar numa loja com uma nota de 20 dólares falsa e, sem oferecer resistência, foi algemado e levado ao chão, tendo o polícia Derek Chauvin colocado o joelho encima do pescoço dele por mais de oito minutos, provocando a sua morte.

Ele responde por homicídio culposo, ou seja sem intenção de matar e assassinato em terceiro grau.

Os manifestantes, no entanto, pedem a prisão dos demais três polícias que participaram na operação e que não impediram a morte de Floyd.

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