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Manuel Vicente diz não ter nada a ver com a operação "Fizz" em Portugal


 Manuel Vicente
Manuel Vicente

Vice-presidente angolano afirma estar disponível a ajudar na investigação.

O vice-presidente de Angola refutou nesta quarta-feira, 2, qualquer interferência na contratação do procurador português Orlando Figueira para o sector privado nem no pagamento de que poderá ter recebido.

"Sou completamente alheio, nomeadamente, à contratação de um magistrado do Ministério Público português para funções no sector privado, bem como a qualquer pagamento de que se diz ter beneficiado, conforme relatos da comunicação social", diz uma numa nota enviada pelo gabinete de Manuel Vicente às redacções.

O segundo homem do Governo angolano refuta qualquer ligação com a empresa Primagest, que, segundo a note, "não era nem nunca foi subsidiária da Sonangol”.

O comunicado de Manuel Vicente termina com o vice-presidente a garantir estar "totalmente disponível para o esclarecimento dos factos na parte em que me dizem respeito".

O nome de Manuel Vicente surgiu no âmbito da “operação Fizz” do Ministério Público em Portugal que levou à detenção do procurador Orlando Figueira.

Aquele magistrado foi o procurador responsável pelos processos BES Angola e Caso Banif, relacionados com capitais angolanos, que, no entanto, arquivou.

O advogado Paulo Blanco, ligado a Vicente, foi também constituído arguido e alvo de buscas no seu escritório de advocacia.

Manuel Vicente é apontado no caso devido a duas transferências bancárias num montante de 200 mil euros a favor de Orlando Figueira pela Primagest, quando o actual vice-presidente de Angola era o homem forte da companhia estatal angolana de petróleo.

As transferências foram realizadas a 16 de Janeiro de 2012, no mesmo dia em que o então magistrado do DCIAP arquivou um inquérito-crime sobre branqueamento de capitais relacionado com Manuel Vicente.

O dinheiro foi depositado numa conta aberta aparentemente de propósito no Banco Privado Atlântico Europa – a filial portuguesa do angolano BPA – e cujo beneficiário era Orlando Figueira.

Esses valores viriam a ser mais tarde declarados pelo ex-procurador como rendimento do trabalho.

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