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Angola: Polícia não divulga "investigação" a desaparecimento de activistas


Querem a verdade. Família de Alves Kamulingue, incluindo a sua mãe, a esposa, Elisa, o filho de 2 anos, um primo e Tetê, esposa de Isaías Sebastião Cassule, raptado entretanto no Cazenga
Querem a verdade. Família de Alves Kamulingue, incluindo a sua mãe, a esposa, Elisa, o filho de 2 anos, um primo e Tetê, esposa de Isaías Sebastião Cassule, raptado entretanto no Cazenga

Onze meses depois, mâe de Alves Kamolingue diz saber que filho está morto mas quer que lhe digam a verdade

As autoridades angolanas continuam a manter o silêncio sobre as investigações que dizem estar a fazer ao desaparecimento de dois activistas há 11 meses atrás.

O desaparecimento foi uma das preocupações mencionadas pela Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Navi Pillay, que esteve em visita a semana passada a Angola.

Durante a sua visita, Pillay levantou a questão junto dos Ministérios competentes, e foi-lhe assegurado pelo Ministro do Interior e pelo Gabinete do Procurador-Geral da República que as autoridades estão a investigar

Na sequência Navi Pillay, disse esperar que em breve as investigações tragam à luz o que aconteceu aos dois homens e que todos os responsáveis por abusos, neste caso, “sejam levados à justiça”.

Alves Kamolingue foi visto pela última vez no dia 27 de Maio do ano passado. Nesse dia ele foi raptado no centro da cidade quando caminhava para o local de concentração de uma manifestação.

Já no dia 29, do mesmo mês Isaías Cassule um dos protagonistas da marcação da data de uma manifestação dos ex-militares foi também raptado por pessoas não identificadas nas imediações da escola Angola Cuba no Cazenga.

Passado 11 meses nem a polícia nem qualquer outro órgão do estado angolano se pronuncia sobre alegadas investigações iniciadas após um encontro com os parentes dos desaparecidos e os “jovens revolucionários” que têm organizado manifestações exigindo explicações das autoridades.

Segundo Noémia da Silva mãe de Alves Kamolingue o que os familiares desejam agora é apenas uma declaração oficial da morte dos seus entes.

“Eu sei mesmo que eles já não estão em vida, mas por favor que eles nos digam só a verdade” disse.

Nomeia da Silva disse ainda não acreditar que a polícia angolana esteja a investigar.
“Não acredito que a polícia esteja a investigar e se estão a investigar a polícia nunca disse nada,” frisou.

As associações e partidos políticos da oposição em Angola já condenaram o facto.
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