Dezenas de jovens continuam a abandonar as aldeias do interior em busca de oportunidades de realização na cidade do Lubango e em outras partes de Angola como na capital Luanda principal destino nas preferências.
O padre Jacinto Pio Wacussanga da paróquia de Santo António no município dos Gambos, no sul da Huíla, admite alguma redução no fenómeno nesta fase, por conta de alguma colheita da presente época agrícola, mas avisa que isso poderá ser por pouco tempo.
O sacerdote católico descreve a realidade de uma zona dos Gambos vítima do êxodo rural, um espelho de toda região semi árida das províncias da Huíla, Namibe e Cunene.
“Há zonas que praticamente estão a se tornar desertos humanos, enfim, têm pouca gente”, disse.
“Antes por exemplo aqui o bairro da Onkanga era um grande enxame passe e metáfora de pessoas agora já não infelizmente, é um bairro repleto de silêncio humano há muitas ruínas de casas abandonadas, infelizmente essa é a tendência. Isto porque as políticas de lá de cima não impactam a vida da base”. acrescentou
Também preocupado com o fenómeno que ameaça o futuro está a Rede Crianças na Huíla segundo fez saber o seu coordenador provincial, Sérgio Mateus.
“A juventude não adere a agricultura querem ir mais para um comércio precário e ambulante e isto tudo são indícios de que dentro de alguns anos nós teremos as comunidades rurais simplesmente habitadas por idosos e pouca juventude e depois também com fraca agricultura familiar. Isto é bastante preocupante este êxodo rural de crianças e jovens”, avisou
Para o sociólogo Manuel Gaspar a mitigação do êxodo rural e a consequente assimetria regional passa pela implementação séria das políticas públicas já traçadas.
“A equação para melhorarmos reduzirmos o êxodo rural e a reurbanização é oferecer serviços sociais”, disse.
Já não precisamos de criação de políticas porque nós temos muitas políticas temos é problemas de implementação dessas políticas nós temos é que ser sérios na implementação dessas políticas”, afirmou
Na visão de Manuel Gaspar muitos destes adolescentes e jovens que enchem as cidades acabam viciados nas drogas, prostituição e criminalidade.
A Voz da América tentou ouvir um parecer do governo através do gabinete local da acção social sobre o assunto, mas não obteve sucesso.
Fórum