As autoridades usaram gás lacrimogéneo e polícias a cavalo para dispersar os manifestantes perto da Casa Branca, na rua LaFayette, perto da hora de recolher obrigatório, (19 horas de Washington, DC) e as autoridades americanas prometeram "maximizar a presença da polícia federal" na capital do país.
A intensificação da fiscalização ocorre após dias de violentas manifestações que levaram a incêndios em Washington, DC e deixaram dezenas de empresas com janelas quebradas e dezenas de polícias feridos.
Numa chamada com governadores, o Presidente Donald Trump e o procurador-geral William Barr também incentivaram ações mais agressivas contra "aqueles que causam violência durante protestos em todo o país", após o assassinato de George Floyd, um homem negro desarmado que morreu depois de um polícia branco de Minneapolis ter ajoelhado sobre o seu pescoço por oito minutos, mesmo depois de Floyd ter parado de se mover e de implorar por ar para respirar.
As manifestações tornaram-se violentas em várias cidades, com incêndios em Lafayette Park em frente à Casa Branca.
Polícia e militares afastam manifestantes para Trump passar
Pouco antes de o presidente falar, os repórteres que aguardavam seus comentários no jardim da Casa Branca ouviram explosões de gás lacrimogéneo disparadas em torno do Parque Lafayette , onde a polícia de choque segurando escudos afastou os manifestantes pacíficos.
Foram também disparadas balas de borracha e policias a cavalo foram usados para ajudar a limpar a área. As movimentaçōes policiais ocorreram cerca de meia hora antes das 19horas (hora local) quando entraria em vigor o recolher obrigatório em Washington.
A ação abriu caminho em torno da Igreja de St. John, um quarteirão a norte da Casa Branca, para onde Trump se encaminhou alguns minutos após a entrada em vigor do recolher obrigatório. A histórica Igreja Episcopal sofreu pequenos danos no domingo à noite, quando deflagrou um pequeno incêndio ma cave.
Em frente à igreja entaipada Trump levantou uma Bíblia, e referiu-se aos Estados Unidos como o "maior país do mundo" e disse: "vamos mantê-lo seguro". Trump voltou a seguir para a Casa Branca cercado por forte segurança .
A lei da insurreição pode ser invocada
"Se uma cidade ou estado se recusar tomar as ações necessárias para defender a vida e a propriedade de seus residentes, enviarei as forças armadas dos Estados Unidos e rapidamente resolverei o problema" afirmou Trump nos seus comentários fazendo uma referência aparente de que poderia invocar a Lei da Insurreição.
A Lei da Insurreição de 1807 permite que os presidentes reprimam a ilegalidade durante emergências e foi usada mais recentemente em 1992 por entre tumultos em Los Angeles após o espancamento policial do negro Rodney King.
O presidente, de acordo com funcionários do Departamento de Defesa, ordenou ao Exército que mobilizasse um batalhão da polícia militar para Washington, a única jurisdição onde os militares podem fazê-lo sem ter que consultar o governador de um estado.
Os mil e 200 membros da Guarda Nacional na capital do país foram mobilizados e cinco estados enviaram rapidamente entre 600 e 800 soldados adicionais da Guarda, alguns armados com armas letais, segundo autoridades.
Tropas em serviço ativo, incluindo polícia militar e unidades de engenharia, foram colocadas em estado de prontidão fora do distrito de Columbia, prontas para entrar em Washington, se necessário, dizem as autoridades.
A ação de Trump está a ser descrita como a sua manifestação mais autoritária desde que assumiu o cargo há três anos e meio.