Voluntários da Cruz Vermelha de Moçambique em Nampula estão a ser alvos de ameaças e perseguições por parte da população, que os acusa de estarem na origem do surto de cólera que assola a província desde o mês de Janeiro.
Segundo Hermínia Silva, secretária provincial da Cruz Vermelha de Moçambique, a desinformação sobre as diarreias e a cólera contribui negativamente para o desenvolvimento das actividades comunitárias.
Em Fevereiro, um grupo de voluntários foi escorraçado do populoso bairro de Namicopo e outro foi ameaçado de morte por populares quando pretendia introduzir cloro em fontes de água potável.
Populares em Nampula dizem que a cólera é uma doença cuja proveniência é do conhecimento do Governo.
Hermínia Silva afirma, no entanto, que as boas práticas de higiene são a melhor forma de prevenir a doença.
Alguns voluntários da Cruz Vermelha de Moçambique em Nampula entrevistados pela VOA revelaram estar a ser impedidos de realizarem os trabalhos de sensibilização e distribuição de produtos para tratamento de água nas comunidades.
À semelhança dos anos anteriores, lideres comunitários locais também estão a ser alvo de ameaças pelo mesmo motivo.
Recorde-se que no distrito de Lalaua, um secretário foi espancado até à morte na semana passada.