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Política não se faz em feminino em Moçambique


Moçambique desrespeita a quota de 30 por cento em termos de representação do género nos órgãos de decisão definida pela União Africana.

Moçambique vai às urnas em Outubro próximo e organizações da sociedade civil dizem que as mulheres, apesar de serem as principais dinamizadoras das campanhas eleitorais, muitas vezes não figuram nas listas para deputados dos partidos políticos, desrespeitando a política de quotas da União Africana.

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A jurista Maria Luísa, da associação Mulher, Lei e Desenvolvimento (Muleide), diz que mais do que um equilíbrio, é fundamental a existência de termos de qualidade, porque nem todas as mulheres que estão, por exemplo, na Assembleia da República e noutras assembleias têm ainda a formação necessária.

Segundo a jurista, muitas dessas mulheres não conseguem defender os interesses sociais relativos à própria mulher, sublinhando que, futuramente, deve-se apostar na sua formação.

Mas, para o Observatório eleitoral, a preocupação tem mesmo a ver com a fraca representação da mulher nos órgãos de decisão, apesar do seu determinante papel na mobilização do eleitorado, tal como realçou Augusta Almeida, desta organização.

"As mulheres participam nos processos eleitorais, mas poucas vezes elas configuram as listas partidárias. Elas estão presentes nas campanhas, fazem a festa, distribuem as capulanas e muitas vezes providenciam alimentação para essas campanhas, mas se constarem das listas para deputados elas estão na cauda dessas listas, figurando em primeiro lugar os homens", realçou.

Apesar de existir a política regional de quotas para que a mulher possa ascender ao poder de decisão, Moçambique ainda está muito aquém desse objectivo. Neste caso, o mínimo seriam 30 porcento estabelecidos pela União Africana.

O porta-voz da Comissão Nacional de Eleiçoes (CNE), Paulo Cuinica, diz que as listas partidárias já entregues aquele órgão, apesar de trazerem alguma evolução em relação ao passado, ainda estão muito longe de alcançar aquilo que é desejável.

Refira-se, no entanto, que ao nível da Assembleia da República tenta-se cumprir a política de quotas, sendo já considerável o número de deputadas, sobretudo nas bancadas da Frelimo e da Renamo.

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