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Polícia de Ferguson acusada de racismo


A conclusão é de um relatório do Ministério da Justiça dos Estados Unidos.

O Ministério da Justiça dos Estados Unidos concluiu que o departamento policial de Ferguson, no Missouri, violou rotineiramente os direitos constitucionais dos seus cidadãos negros com recurso à força excessiva e que os prendeu frequentemente sem causa provada.

O relatório, publicado esta quarta-feira4, resulta de uma investigação de seis meses lançada após a morte a tiro no ano passado de um jovem negro, Michael Brown, por um policia branco, Darren Wilson, durante um confronto na rua. Um grande júri ilibou o polícia Wilson da acusação de ter morto Brown, em Novembro, decisão que gerou grandes protestos na comunidade maioritariamente negra de St. Louis, bem como por todo o país.

Responsáveis federais decidiram não processar Darren, acusado de violar os direitos cívicos do jovem. O agente, no entanto, demitiu-se da força policial.

Após centenas de entrevistas e de rever 35 mil páginas de documentos entre eles da própria polícia, o Ministério da Justiça concluiu que que apesar dos negros constituírem 67 por cento da população de Ferguson, representaram 93 por cento das prisões.

O relatório indica que 85% das operações “stop” policiais foram de condutores negros os quais receberam 90% de todas as citações de trânsito.

O relatório revela também que as autoridades de Ferguson faziam circular rotineiramente anedotas racistas usando as contas electrónicas do Governo. Numa dessas mensagens escritas após as eleições de 2008 ganhar por Barack Obama, um responsável municipal dizia que Obama não iria ficar muito tempo no cargo e perguntou “que negro consegue manter um emprego estável por 4 anos?”

As autoridades de Ferguson estão a rever o relatório e o Ministério da Justiça está a negociar um acordo com a cidade para mudar as suas práticas. Mas caso não haja acordo, o Ministério da Justiça pode processar as autoridades municipais e, através de ordem judicial, determinar mudanças, uma acção legal que vários Governos americanos têm usado contra outras agências da lei e da ordem.

O caso Brown juntamente com outros incidentes, incluindo a morte por asfixia de um cidadão negro em Nova Iorque, levaram a protestos generalizados contra as tácticas agressivas da policia contra os afro-americanos e outras minorias.

O Ministério da Justiça iniciou cerca de 20 investigações de violações dos direitos cívicos a vários departamentos policiais durante o tempo em que o anterior Procurador-Geral da República Eric Holder esteve à frente daquele departamento federal, incluindo à polícia de Ferguson.

Protestos violentos causam caos em Ferguson, Estados Unidos
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