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PM de Cabo Verde pede ONU mais interventiva na promoção do desenvimento


José Maria Neves fez seu último discurso como primeiro-ministro na Assembleia Geral das Nações Unidas.

O primeiro-ministro de Cabo Verde defendeu nesta quinta-feira, 2, a reforma das Nações Unidas e uma maior intervenção do organismo não só para pôr fim aos conflitos que afectam o mundo, mas também para contribuir para o desenvolvimento dos países, principalmente os mais pobres.

José Maria Neves fez o seu último discurso como primeiro-ministro numa Assembleia Geral das Nações Unidas em que garantiu o engajamento do país nos objectivos do Desenvolvimento Sustentado para 2030.

Neves reiterou, como fizera durante a Cimeira do Desenvolvimento Sustentado na passada sexta-feira, também nas Nações Unidas, o apoio do seu Governo aos objectivos de 2030, depois de Cabo Verde ter atingido a maioria dos objectivos do milénio estipulados para este ano.

O primeiro-ministro afirmou que as nações pobres se revêm na proposta da ONU, mas advertiu que alguns elementos essenciais devem ser revistos, “como as vulnerabilidades das nações arquipelágicas perante as catástrofes naturais, os riscos de perda da sua biodiversidade, a reduzida dimensão do seu mercado, os elevados custos de infra-estruturação de energia e transporte e às dificuldades no acesso ao financiamento”.

Durante pouco mais de 14 minutos, José Maria Neves manifestou a sua preocupação com o ambiente e pediu que o novo acordo sobre o clima a ser assinado em Dezembro em Paris não negligencie os danos e perdas e a transferência de tecnologia e defina uma política clara e efectiva de financiamento das nações mais vulneráveis.

Cabo Verde, disse Neves, continua a apostar nas energias renováveis e revelou que até agora há uma penetração de 30 por cento, mas em 2020, o país estará coberto em cerca de 50 por cento com energias renováveis.

O primeiro-ministro condenou também a violação dos direitos humanos e as acções terroristas na Ásia, Médio Oriente e África que, entre outras consequências, provoca a actual crise de refugiados que afectam a todos.

“Condenamos firmemente todas aa formas de terrorismo e em particular as acções bárbaras de grupos extremistas”, reiterou, pedindo a intervenção da ONU.

Em tempo de reforça, José Maria Neves defendeu uma reforma profunda das Nações Unidas, tanto a nível da estrutura do Conselho de Segurança como das competências da Assembleia Geral.

Para ele, a ONU continua a ser essencial na manutenção da paz e segurança internacionais, mas também “na promoção do desenvolvimento, na criação de uma sociedade internacional mais próspera e solidária, na redução das injustiças, na luta contra a pobreza, na promoção dos direitos humanos e na luta contra os efeitos das mudanças climáticas”.

Este foi o último discurso do primeiro-ministro cabo-verdiano na Assembleia Geral das Nações Unidas porque não é candidato à reeleição em 2016.

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