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Países africanos de língua portuguesa com desafios diferentes


Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi
Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi

Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi recebem o prémio Nobel da Paz

Relatórios internacionais consideram Angola e Guiné-Bissau os países africanos de língua portuguesa onde menos se respeitam os direitos humanos. Moçambique tem conhecido melhorias nos últimos anos, enquanto São Tomé e Príncipe e Cabo Verde estão entre os países considerados sem problemas de maior nesta área. Entretanto há muitos desafios.

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Em Angola, as posições são díspares, embora os relatórios das organizações internacionais e do Departamento de Estado americano continuem a registar muitas violações, particularmente no último ano.

Para a presidente da 10ª. Comissão da Assembleia Nacional, a deputado do MPLA Genoveva Lino, os direitos humanos são respeitados em Angola.

“Os direitos humanos em Angola são sim respeitados, existem sim casos de violências e criminalidade como nos outros país”, afirmou Lino.

Entretanto, o escritor e jornalista Domingos da Cruz, que investiga a situação dos direitos humanos em África, disse serem declarações não sérias. “Não consigo confirmar ou não a posição das Nações Unidas em relação aos direitos humanos em Angola, mais sabendo do grau de moralidade tanto política quanto humana de João Pinto e daqueles que constituem o Ministério da Justiça, só posso dizer que não é verdade porque não são pessoas sérias”, retierou.

Na Guiné-Bissau, a Liga Guineense dos Direitos Humanos diz haver muito trabalho a fazer principalmente a nível da saúde e da educação, embora reconheça que as liberdades individuais são respeitadas.

Em São Tomé e Príncipe, segundo Óscar Baía, presidente da Associação São-tomense dos Direitos Humanos, o país respeita os direitos e liberdades e ninguém perseguido ou impedido de emitir a sua opinião. Entretanto, Baía diz haver um longo caminho no capítulo dos direitos económicos e da justiça.

Cabo Verde aparece sempre na linha da frente dos relatórios como país que respeita plenamente os direitos humanos, entretanto, no capítulo económico e social há enormes desafios.

Zelina Cohen, presidente da Comissão Nacional de Cidadania e Direitos Humanos do arquipélago, reconhece haver um longo “caminho para garantir as condições básicas já que Cabo Verde tem muitas deficiências estruturais”.

Prémio Nobel da Paz entregue hoje

Malala Yousafzai
Malala Yousafzai

Entretanto, em Oslo, na Noruega, dois campeões dos direitos das crianças, a activista paquistanesa Malala Yousafzai e o defensor da educação e dos direitos das crianças na Índia Kailash Satyarthi, receberam hoje o Prémio Nobel da Paz.

Os dois fizeram história: Malala é a mais jovem laureada com o prémio e Satyarthi o primeiro Nobel da Paz nascido na Índia.

Na sua intervenção, Malala disse estar a falar em nome de 66 milhões de meninas que estão privadas de educação e é por isso que ela levanta a sua voz

“Que seja a última vez que vemos uma criança fora da escola. Comecemos este fim, juntos, hoje, aqui, agora mesmo”, disse.

Em entrevista exclusiva à VOA antes da cerimónia, Malala disse que o prémio é uma vitória para o Paquistão e afirmou que pretende iniciar a sua carreia política.

Depois da cerimónia, em entrevista a jornalistas Malala anunciou que vai começar a sua carreira política e que pretende ser primeira-ministra do Paquistão.

Kailash Satyarthi
Kailash Satyarthi

Por sua vez, Kailash Satyarthi, conhecido defensor da educação e dos direitos das crianças na Índia, disse recusar aceitar que “os grilhões da escravidão sejam mais fortes do que procura pela liberdade”.

Malala Yousafzai e Kailash Satyarthi receberam uma medalha e dividiram um prémio de um milhão e cem mil dólares.

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