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ONU preocupada com a situação da educação das raparigas


Sala de aula, Namibe, Angola
Sala de aula, Namibe, Angola

Relatório diz que 65 milhões de crianças não frequentam a escola.

Um novo estudo aponta que milhões de raparigas em pelo menos 70 países do mundo estão sujeitas a diversos ataques, que ocorrem com crescente regularidade para impedir que elas recebam educação.

O relatório é do Escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas e afirma que escolas e infraestruturas em 24 desses países também são usadas com propósitos militares.

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Enquanto celebra as conquistas das duas décadas passadas em garantir que milhões de raparigas ao redor do mundo tenham acesso à educação, o estudo também sinaliza o preocupante estado actual.

Estatísticas das Nações Unidas mostram que cerca de 65 milhões de crianças não frequentam a escola, principalmente em países da África Subsaariana, Oceania e Ásia Ocidental. O documento relata diversos casos de ataques físicos, entre 2009 e 2014, contra raparigas, pais e professores que defendem igualdade de género na educação.

Alguns dos ataques citados chegaram às redacções e chocaram as pessoas por sua crueldade. Entre eles, encontram-se notícias como o assassinato, em Dezembro de 2014, de mais de 100 crianças pelo Talibã numa escola do exército no Paquistão, o sequestro de quase 300 raparigas pelo Boko Haram na Nigéria em Abril de 2014 e o tiro levado pela jovem laureada pelo Nobel da Paz Malala Yousafzai pelos membros do Talibã no Paquistão.

A dirigente da Sessão das Nações Unidas para Direitos Humanos da Mulher e Igualdade de Género Veronica Birga diz que muitos outros ataques alarmantes contra raparigas nunca chegamaos meios de comunicação social. Por exemplo, ela cita caso de ataques com ácido e envenenamento pelo Talibã no Paquistão e no Afeganistão.

“Um grande número de raparigas foi sequestrada de uma escola cristã na Índia e depois estupradas em 2013. Na Somália, estudantes foram removidas â força da escola para se tornarem esposas dos militantes do Al-Shabab. E em países como o Mali, Sudão, Iraque, Afeganistão e Paquistão, um código de vestimentas estrito foi imposto pelo uso da violência,"incluindo violência sexual.”

O relatório diz que as raparigas são atacadas por aqueles que são contra a sua educação como um meio de mudança social. Eles acreditam que a educação é desperdiçada em raparigas, cujo papel é ficar em casa. A causa mais comum para todos esses ataques é a discriminação.

Birga diz que garotas que são impedidas de irem à escola são extremamente vulneráveis à exploração e abusos.

“Elas são mais expostas a casamentos forçados, ainda muito jovens. Elas são mais expostas ao tráfico. Elas são mais expostas às piores formas de trabalho infantil. E, em geral, uma rapariga que não recebe educação irá enfrentar as consequências ao longo de sua vida. Uma rapariga ou uma mulher que não é educada tem menos chances de saber sobre os seus direitos e clamar por eles”, concluiu a responsável.

O relatório pede que os governos levem os autores dos ataques contra as raparigas, seus pais e os professores a pagar pelas suas suas ações. O documento diz que a violência contra meninas é aceitável é reforçada quando os ataques são mantidos impunes.

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