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Moradores reclamam de desalojamentos no Rio de Janeiro


Com o Rio de Janeiro como anfitrião dos Jogos Olímpicos dentro de dois anos, as manifestações não deverão acalmar tão cedo.

O Mundial de Futebol no Brasil está a chegar ao fim, deixando boas memórias desportivas. Também deixa um legado de controvérsia relacionado com despejos e desapropriação de terras, por causa do evento. O cenário repete-se, no entanto, com a preparação do Brasil para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, em 2016.

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Vila Autódromo é uma comunidade de famílias de baixo e médio rendimento no Rio de Janeiro. Foi criada há mais de 40 anos ao largo de uma pista de corridas onde costumavam acontecer eventos como o Grande Prémio da Fórmula 1. Essa infra-estrutura já foi, entretanto demolida.

O Governo da cidade está a despejar as 500 famílias que vivem aqui. Perto de um terço delas já saíram e as suas casas já foram destruídas.

A razão oficial é que deverá ser o maior centro para os Jogos Olímpicos de 2016.

Mas muitos moradores de Vila Autódromo recusam-se a sair. Jane Nascimento faz parte da associação de moradores local e diz que o Governo está a pressioná-los a sair cortando a electricidade e serviços e ameaçando apoderar-se das suas propriedades sem qualquer compensação

O Governo diz que precisa do terreno para os Olímpicos.

Mas Tadeu Marco Peixoto, outro morador de há anos da comunidade discorda. Para ele a verdadeira razão reside no facto desta área, situada numa lagoa perto da praia, ter-se tornado uma área de excelência em termos imobiliários. Investidores querem construir condomínios, escritórios e centros comerciais no valor de milhões de dólares.

Peixoto pagou cerca de 10 mil dólares pela sua propriedade, há 21 anos. Agora ela vale milhares de dólares. Ele diz que pretende ficar até ser pago o suficiente que lhe permita viver num lugar com a mesma valorização.

Na preparação para o Mundial 2014, as autoridades despejaram dezenas de moradores de bairros do Rio de Janeiro e de outras cidades no Brasil.

Os despejos provocaram protestos daqueles que acreditam que estes mega eventos servem essencialmente os interesses dos ricos. E com o Rio de Janeiro como anfitrião dos Jogos Olímpicos dentro de dois anos, estas manifestações não deverão acalmar tão cedo.

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