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Em Benguela, famílias camponesas empurradas para as matas


Cidade Benguela, autor Bartolomeu Eduardo. Angola, Abril 2015
Cidade Benguela, autor Bartolomeu Eduardo. Angola, Abril 2015

É o mais recente episódio do velho conflito de terras entre as autoridades e os camponeses.

Há mais de trinta anos, nas centenas de hectares em disputa, com a agricultura e a pecuária como actividades favoritas, os pequenos produtores acusam o governo de estar a usar a desminagem como pretexto para fins inconfessos.

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Foi com este argumento que um grupo de militares se deslocou à Losseta, a escassos 10 quilómetros da sede do Cubal, não tendo sido bem sucedido na missão que visava desalojar os camponeses.

A rigidez dos homens do campo determinou um reforço, algumas horas depois, de efectivos das forças de segurança armadas, que terão ameaçado a população que ali reside.

O recurso às matas, onde se encontravam mais de cem camponeses até à hora em que expedíamos esta peça, foi incontornável. A partir do Cubal, a 140 quilómetros da cidade de Benguela, um cidadão que acompanhou o desenrolar dos acontecimentos falou à VOA sobre os momentos de tensão.

"O pretexto é que querem desminar á área; a área já não tem minas; fortemente armados até aos dentes, começaram a ameaçar (...) as pessoas passaram a noite nas matas. Eles vieram com o senhor Cassandi, que é o homem do MPLA," disse o nosso entrevistado.

Sob anonimato, este cidadão reforça que já ninguém acredita na existência de engenhos explosivos naquela localidade: A população está a reagir, porque nasceu ali, são terras dos avós e dos bisavôs, tem ali gado e fazem a agricultura. Eles perguntam para onde vão, onde vão encontrar uma área com espaço para o pasto".

O Governo de Benguela projecta a instalação de um pólo industrial capaz de produzir para o comboio do CFB escoar, mas os camponeses estão preocupados com o seu futuro.

A VOA contactou no local, o administrador municipal do Cubal, Carlos Guardado, que prometeu reagir em próximas ocasiõe ao que chama de «rumores sem fundamentos».

Atenta a tudo, a Organização Humanitária Internacional comentou que o Governo deveria ter dialogado com a sociedade civil para se alcançar um acordo que não belisque a Lei Constitucional.

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